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Ônibus voltam a ser atacados na manhã desta segunda (14) Diário do Transporte traz imagem inédita interna de passageira que por muito pouco não foi ferida na Av. Paulista


Empresa diz também que também tem sofrido uma onda de roubos e furtos de módulos e tacógrafos, inclusive nas garagens e pontos finais

ADAMO BAZANI

Colaborou Yuri Sena

Após o dia que registrou o segundo maior número de ataques a ônibus, quando ocorreram 47 depredações apenas neste domingo, 13 de julho de 2025, envolvendo somente ônibus municipais da capital (sistema SPTrans – São Paulo Transporte), mais casos já foram informados pelas empresas ao Diário do Transporte referentes a manhã desta segunda-feira (14).

Um deles ocorreu na Rua Guichi Singueta, às 11h24, desta segunda-feira, 14 de julho de 2025, na região da Avenida Jacu Pêssego, zona Leste de São Paulo.

Um ônibus elétrico, de alto custo de aquisição e de peças para reparo, teve uma janela e um letreiro de itinerário lateral destruídos após ser atingido por uma pedra. Para se ter uma ideia, um ônibus elétrico custa o triplo de um diesel e algumas peças podem ter valores 10 vezes superiores.

O veículo prefixo 3 1952 é da Viação Metrópole Paulista e fazia a linha 4210-10 (Terminal Cidade Tiradentes/Terminal Parque Dom Pedro II), modelo eO500 U – Mercedes-Benz (chassis e tecnologia)/e-Millennium (Caio).

Ninguém se feriu.

Desde o início da onda de ataques, somente esta companhia, que é a maior frota operacional de toda a cidade, teve 41 ônibus atacados. A empresa diz também que também tem sofrido uma onda de roubos e furtos de módulos e tacógrafos, inclusive nas garagens e pontos finais.

Segundo a SPTrans, desde o início das depredações, e 12 de junho de 2025, até este domingo (13), foram 421 ônibus atacados. Na conta só entram os coletivos das linhas municipais da capital. Se forem considerados estes veículos, os metropolitanos intermunicipais da Grande São Paulo (Artesp/ex-EMTU), os municipais que rodam apenas dentro das cidades vizinhas da capital (como Santo André, São Bernardo do Campo, Osasco, Guarulhos) e os do litoral, o número já está se aproximando de 750.

Em relação a noite deste domingo (13) que, em número de casos só perde para 07 de julho de 2025, quando foram depredados 59 municipais em 24 horas , o Diário do Transporte recebeu imagens de circuito interno de um dos 47 ônibus municipais que mostram o exato momento em que uma passageira quase foi ferida porque estava sentada no banco ao lado do vidro que levou a pedrada.

A cena é impressionante e a resistência da janela do ônibus impediu que o pior pudesse ocorrer.

Ela seguia ao lado de outra passageira, quando o barulho foi estrondoso.

Foi mais de uma de pedrada e até parecia que o coletivo estava sendo alvejado por tiros.

Ela se abaixa e sai do lugar sem saber muito o que fazer.

O caso ocorreu por volta de 21h30 deste domingo, 13 de julho de 2025, na Avenida Paulista, envolvendo o ônibus prefixo 3 2662, também do mesmo modelo elétrico da Viação Metrópole Paulista que, no momento do ataque, fazia a linha 508L-10 (Terminal Princesa Isabel/Aclimação).

Imagens da câmera da dianteira do ônibus revelam uma movimentação externa, mas não é possível verificar se têm relação com os responsáveis pelas pedradas, mas o equipamento revela o áudio pelo qual, é possível perceber que os passageiros estão confusos e o motorista confirma terem sido pedras.

O ônibus atingido na manhã de terça (14)

PRISÕES (maiores) / APREENSÕES (menores):

– 19/06/2025 – Homem de 41 anos, 3º DP de Diadema

– 04/07/2025 – Adolescente de 16 anos, 1º DP de Cotia

– 06/07/2025 – Homem de 31 anos, Deic – apontado como um dos principais entre os presos, mas não de grande relevância ainda. Atirou  uma pedra num ônibus da Mobibrasil, na zona Sul a capital paulista, com uma passageira ferida.

– 10/07/2025 – Homem de 30 anos, 53 DP.

A maior parte dá versões que tentam desconfigurar qualquer participação em supostos esquemas e tentam passar a impressão de terem sido pegos em situações isoladas, como brigas de trânsito, surtos psicóticos ou consumo de álcool e drogas. Para a Polícia, isso pode ser uma estratégia dos suspeitos, ou parte deles.

LINHAS DE INVESTIGAÇÃO:

A Polícia Civil considera três como principais

– DESAFIOS DA INTERNET: Tese de motivação por jogos online e desafios entre jovens não foi descartada, mas perde força com o avançar das apurações, números de casos e características das ações;

– CRIME ORGANIZADO E REAÇÃO DE EMPRESAS: A insatisfação de empresas com supostas ligações com o crime organizado e que perderam os contratos passa a ser investigada com maior rigor. O 8Diário do Transporte* divulgou documento que, para investigadores, pode ser peça-chave nesta linha de apuração. As depredações em massa começam no mesmo dia em que prefeitura de São Paulo assinou despacho que viabiliza transferência de contratos entre a Transwolff, empresa que foi alvo de operação do MP (Ministério Público) por suspeita de ligação com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e a Sanceutr (companhia selecionada pela gestão do prefeito Ricardo Nunes para assumir no lugar).  A Polícia Civil de São Paulo investiga se há alguma relação entre os fatos, mas ocorrências onde não há nenhuma relação com as duas empresas ainda colocam em dúvida se esta seria uma das motivações. O ABC Paulista, por exemplo, é um dos principais palcos dos ataques e não têm ligação direta com esta transferência.

Os policiais não descartam que esta sim pode ser uma das motivações entre várias, já que, regionalmente, oportunistas podem ter aproveitado o início da “onda” para fazer os seus acertos locais. Ou pior; um recado do crime organizado de demonstração de força com a seguinte mensagem: não mexa com nossos interesses locais que o Estado todo pode pagar. Relembre:

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes





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