Publicado em: 19 de novembro de 2024
Estado investiu R$ 4,4 bilhões em estradas entre janeiro e agosto de 2024, ficando atrás apenas de São Paulo e Bahia
ALEXANDRE PELEGI
O Paraná investiu R$ 4,4 bilhões em rodovias entre janeiro e agosto de 2024, ficando atrás apenas de São Paulo e Bahia. O valor é R$ 2 bilhões maior do que o registrado no mesmo período de 2023.
Apesar do investimento expressivo, o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Paraná (SETCEPAR), Silvio Kasnodzei, afirma que ainda há muito a ser feito.
Entre as prioridades para o setor, estão a ampliação dos trechos da BR 376 e BR 277, que ligam Ponta Grossa e Guarapuava à Palmeira e se juntam ao se aproximar de Curitiba no trecho que leva ao porto de Paranaguá.
Outra obra aguardada é o complexo rodoviário no Litoral do PR, que pode viabilizar a ligação das BR 116, BR 277, BR 376 e a PR 508, melhorando o acesso aos portos paranaenses. A Secretaria de Infraestrutura e Logística do Paraná (SEIL) publicou no dia 10 de outubro deste ano o Edital do Estudo de Viabilidade Técnica, Socioeconômica, Ambiental e Jurídica (EVTEA-J) do Complexo Rodoviário no Litoral paranaense, que prevê a implantação de 151 quilômetros de novas rodovias na região. A abertura das propostas está marcada para o dia 9 de dezembro, e o investimento estimado para elaboração do estudo é de R$ 4,1 milhões (R$ 4.162.625,03), com prazo de execução de 15 meses após assinatura de contrato e emissão de ordem de serviço.
A liberação da ponte de integração entre o Brasil e o Paraguai também é uma demanda do setor.
“Estamos otimistas com as oportunidades que existem para 2025, principalmente com o estudo do complexo rodoviário no Litoral do PR, que pode viabilizar a ligação das BR 116, BR 277, BR 376 e a PR 508 e assim melhorar o acesso aos portos paranaenses. Também aguardamos ansiosamente a liberação da ponte de integração entre o Brasil e o Paraguai, além é claro, do avanço econômico”, acrescenta Kasnodzei
Apesar dos avanços, o Paraná é o estado da Região Sul que menos recebeu investimentos federais em 2024 para a ampliação da sua malha rodoviária.
Foram recebidos cerca de R$ 455,4 milhões, contra R$ 1,1 bilhão para Santa Catarina e R$ 2,8 milhões para o Rio Grande do Sul.
Para Silvio Kasnodzei, a falta de infraestrutura adequada impacta toda a cadeia produtiva, com custos repassados aos preços do frete.
O bom desempenho da economia paranaense, que cresceu 2,7% entre julho de 2023 e junho de 2024, acima da média nacional, reforça a necessidade de investimentos em infraestrutura para sustentar o crescimento, aponta o presidente do SETCEPAR.
Silvio finaliza afirmando que a falta de infraestrutura adequada não é apenas um desafio do Paraná, mas nacional. “Os impactos pela falta total de estrutura rodoviária não só no Paraná, mas no Brasil, refletem em toda cadeia produtiva. Os custos pela baixa produtividade, pela falta de segurança e pelos altos custos com manutenção são repassados aos preços do frete. No final, todos pagam essa conta criada pelo desperdício e falta de investimentos”, conclui.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes