O presidente do Vasco, Pedrinho, concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira (24) em meio à crescente pressão da torcida após a sequência negativa da equipe na temporada. Eliminado da CONMEBOL Sul-Americana e com apenas 14 pontos no Campeonato Brasileiro, perto da zona de rebaixamento, o clube vive um momento turbulento dentro e fora de campo.
Durante a entrevista, Pedrinho abordou diversos temas, incluindo a relação rompida com Edmundo, seu ex-companheiro de clube e até pouco tempo amigo pessoal, além da insatisfação da torcida e até a possibilidade de deixar o cargo caso entenda que seja o maior problema do clube.
O dirigente evitou rebater diretamente as declarações recentes de Edmundo, que tem feito críticas públicas à sua gestão e à sua postura, mas confessou estar chateado com o ex-amigo.
“Com relação ao Edmundo, tem muitas frases que foram criadas que eu não concordo. Eu sou um cara muito educado, muito respeitoso. O Pedrinho na pessoa física tem muita coisa para falar, mas qualquer coisa que eu fale hoje se torna institucional. Ele levou um problema dele com ele mesmo a público, e se eu responder estou trazendo mais um problema para dentro do Vasco. Eu não posso nem responder publicamente. As coisas que ele fala, falam mais sobre ele do que sobre mim. No momento certo, do Pedrinho falar, vai chegar. Eu não vou dar resposta para ele. Quando eu não estiver mais presidente, eu posso falar tudo o que eu tenho para falar. Me entristece muito.”
Questionado sobre a possibilidade de renunciar ao cargo, Pedrinho foi direto ao dizer que, se for consenso entre os vascaínos que ele é o maior problema do clube, não hesitará em sair imediatamente.
“Quantos presidentes passaram antes de mim que foram ruins, como para muita gente eu estou sendo, e renunciaram ao cargo? Se eu renunciar, o que o torcedor falaria? Se eu tiver 100% de certeza que a torcida acha que eu sou o maior problema do Vasco, eu saio agora. A gente está aqui todos os dias tentando achar soluções. Se a solução é tão clara assim, se o problema sou eu, eu vou embora agora. Mal para o Vasco eu não quero fazer. Escutar a torcida me mandando para aquele lugar me machuca porque eu sou Vasco, sou criado ali. Eu sou um cara extremamente sensível, isso tira a minha capacidade de trabalhar? Não. Se a gente tiver 100% de certeza que é isso, eu saio.”
O dirigente também comentou sobre os protestos que vem ouvindo nas arquibancadas em São januário, ressaltando o respeito ao torcedor, mas lamentando o impacto emocional das críticas.
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Pedrinho vai renunciar? VEJA a resposta sincerona do presidente do Vasco
Presidente concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira (24)
“O comportamento da torcida, obviamente, quer dizer que ela não está gostando da gestão, e isso não quer dizer que eu não esteja trabalhando de forma diferente das outras gestões. Me entristece todas as vezes que a torcida me xingar, vai me machucar porque eu sou vascaíno. Tenho um lado afetivo muito grande em relação a isso. Isso vai fazer com que eu pare de trabalhar? Não. Vou trabalhar ainda mais para que eu consiga reconquistar o torcedor. Não o Pedrinho reconquistar o torcedor, mas o clube, de uma forma única, ter uma conexão arquibancada, campo e administração.”
Por fim, ele relembrou o processo de reestruturação pelo qual o clube passa, destacando que colocou seus próprios bens em risco ao liderar o pedido de recuperação judicial.
“O que eu poderia fazer, te dar como maior prova, foi entrar em uma recuperação judicial e colocar todos os meus bens. Eu não era obrigado a fazer isso. As pessoas normalizam certos comportamentos quando elas querem levar para um viés político. Não é possível que em algum momento as pessoas não entendam o que está sendo feito de reestruturação. Eu não entrei para ser o melhor presidente da história ou o pior. Ser certo incomoda.”
Dentro de campo, o Vasco vai se preparando para seu próximo desafio, contra o Internacional, no domingo (27), no Beira-Rio, em duelo válido pela 17ª rodada do Brasileirão.
