RIO DE JANEIRO (Reuters) – O conselho da Petrobras aprovou na quinta-feira planos para selecionar um parceiro para reiniciar as operações em suas fábricas de fertilizantes no nordeste do Brasil, de acordo com quatro fontes familiarizadas com o assunto.
Mas a mudança ainda depende da resolução de disputas em andamento com o atual arrendatário Unigel, acrescentaram as fontes, que pediram anonimato porque a decisão ainda não foi tornada pública.
A empresa química Unigel estava exigindo indenização da Petrobras pelas perdas nas plantas, conforme relatado anteriormente pela Reuters, com o impasse marcando um revés para os planos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de reduzir a dependência do Brasil de fertilizantes importados.
Como potência agrícola, o Brasil está entre os maiores consumidores mundiais de fertilizantes, dos quais mais de 80% são importados.
A Petrobras arrendou as duas fábricas de fertilizantes nitrogenados, localizadas nos estados da Bahia e Sergipe, para a Unigel em 2019, sob um contrato de 10 anos.
No entanto, ambas as instalações estão fechadas desde 2023, com a Unigel alegando condições operacionais inviáveis devido aos altos preços do gás natural no Brasil.
A Unigel ainda não respondeu à Petrobras após a decisão do conselho, disseram as fontes.
A Petrobras não quis comentar quando contatada pela Reuters. A Unigel não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
As duas empresas estão atualmente envolvidas em processos de arbitragem relacionados ao contrato de arrendamento, incluindo divergências sobre o encerramento das operações, os investimentos da Unigel e os termos de fornecimento de gás.
Uma licitação formal só poderá prosseguir se um acordo negociado for alcançado, disseram as fontes.
“Aprovamos o processo de licitação, mas para que isso aconteça, a arbitragem precisa ser resolvida. Sem isso, não podemos avançar”, enfatizou uma fonte da empresa.
Uma segunda fonte disse que, se as disputas forem totalmente resolvidas, a própria Unigel poderá participar do próximo processo de licitação para retomar as operações nas usinas.