16.7 C
Rondonópolis
sexta-feira, 4 julho - 01:42
- Publicidade -
Publicidade
HomeTransportesPolícia descarta, num primeiro momento, atuação de facções criminosas em onda de...

Polícia descarta, num primeiro momento, atuação de facções criminosas em onda de ataques a ônibus em São Paulo


Como mostrou o Diário do Transporte, ações têm ocorrido em “surtos” regionalizados

ALEXANDRE PELEGI E YURI SENA

OUÇA COLETIVA NA INTEGRA: 


O diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Ronaldo Sayeg, falou na manhã desta quarta-feira, 3 de julho de 2025, durante entrevista coletiva em São Paulo, sobre as investigações dos recentes ataques a ônibus registrados na Grande São Paulo. Sayeg apresentou um panorama inicial da atuação da polícia e destacou que, até o momento, não há indícios claros de envolvimento de facções criminosas nos crimes.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, através de representantes da Polícia Militar e da Polícia Civil, abordou os recentes ataques a ônibus no estado, destacando que as investigações atuais afastam a hipótese de envolvimento de facções criminosas devido à ausência de um propósito ou reivindicações claras por parte dos agressores. Tal característica é típica das organizações criminosas e não foi observada nos incidentes.

A principal hipótese em análise é a de que os ataques estejam relacionados a “desafios de internet” ou jogos online, embora o monitoramento de plataformas digitais por um órgão de inteligência cibernética ainda não tenha revelado algo de concreto nesse sentido. Testemunhas e vítimas relataram uma “afeição mais jovial” dos agressores, o que sugere a possível participação de adolescentes. 

Os ataques não seguem um padrão único de horário ou local, ocorrendo em diversas empresas e pontos da cidade, com o arremesso de pedras sendo a prática comum, geralmente no lado esquerdo traseiro dos veículos. Existe também a percepção de um “efeito manada” ou mimetismo, onde a ação de um agressor pode ser replicada por outros.

A investigação, embora considerada “insipiente” por se tratar de um fenômeno muito recente, é promissora. Até o momento, não há suspeitos identificados para os ataques que seguem o padrão investigado. Duas pessoas foram presas em Diadema e São Bernardo, mas suas prisões não se enquadram no padrão dos criminosos investigados, parecendo ser casos isolados ou relacionados a transtornos mentais. A Polícia Civil possui imagens de um ataque que são consideradas promissoras para a investigação, mas que não podem ser divulgadas no momento. 

Também está sendo avaliada a possibilidade de retaliação por parte de empresas de ônibus (como Transwolf e Upbus) que foram afastadas de contratos, mas essa ligação é considerada “prematura” para ser afirmada. Para tentar flagrar os agressores, estão sendo realizadas ações policiais veladas em locais e horários mapeados.

Sobre os números, foram registrados entre 160 e 180 ataques através de Boletins de Ocorrência (BOs) até a data da entrevista. Destes, cerca de 60% se concentram na Zona Sul da capital paulista, especialmente em vias como a UPC, Washington e Avenida Vereador Lucas. Houve uma divergência com o número de 235 ataques reportados por algumas empresas, mas a Polícia Civil baseia-se apenas nos eventos formalizados por BO, e a subnotificação não pode ser usada como base oficial.

Em resposta aos ataques, a Polícia Militar do Estado de São Paulo lançou a “Operação Impacto Proteção a Coletivos”, iniciada no dia anterior à entrevista. A operação conta com um contingente expressivo de 3.641 viaturas e 7.890 homens em todo o estado de São Paulo, focando em áreas de incidência de depredação e interesse de segurança pública. O policiamento é estratégico, com pontos de estacionamento, saturação em áreas previamente determinadas e o uso de 673 motos para bloqueios e “pinçamentos” em locais selecionados pela inteligência.

A colaboração da população é considerada fundamental. A Secretaria de Segurança Pública incentiva a comunidade a utilizar o Disque Denúncia 181 para informações e o telefone de emergência 190 (COPOM) em casos de ocorrência no momento. As autoridades reafirmam o compromisso de identificar os autores e solucionar o problema.

Alexandre Pelegi e Yuri Sena, para o Diário do Transporte





Fonte

RELATED ARTICLES

Most Popular

Recent Comments