Publicado em: 14 de julho de 2025
Concessionária é responsável pela gestão e operação de 569 quilômetros de rodovias do estado do Paraná
ALEXANDRE PELEGI
A Motiva, considerada a maior empresa de infraestrutura de mobilidade no Brasil, e sua concessionária PRVias, deram um passo significativo em sua estratégia de sustentabilidade. A empresa tornou-se a primeira do setor na América do Sul a aderir ao Taskforce on Nature-related Financial Disclosures (TNFD), uma iniciativa global focada na proteção da biodiversidade.
Entendendo o TNFD e o papel da PRVias
O TNFD (Força-tarefa para Divulgação Financeira relacionada à Natureza) estabelece um padrão de referência global para que empresas e instituições financeiras relatem riscos e oportunidades ligados à natureza e à biodiversidade, alinhado às diretrizes do G20 e da ONU. A adesão ao TNFD, informa a Motiva, demonstra seu compromisso em integrar a proteção ambiental em suas operações.
A PRVias, que faz parte do grupo Motiva, é a concessionária responsável pela gestão e operação de 569 quilômetros de rodovias no estado do Paraná. Essas rodovias incluem trechos importantes como BR-369, BR-376, BR-373, PR-445, PR-170, PR-323 e PR-090.
Formalização da adesão e seus compromissos
A formalização da adesão da Motiva ao TNFD ocorreu em 4 de julho de 2025. O evento foi realizado na sede da Motiva, em parceria com a Itaúsa e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), e contou com a presença de Tony Goldner, CEO do TNFD, além de outras lideranças e executivos.
Ao aderir, a Motiva assumiu o compromisso de:
Mapear e divulgar periodicamente ao mercado informações sobre riscos e oportunidades associados à biodiversidade.
Utilizar esse trabalho técnico como base para a construção de planos de mitigação.
Buscar a preservação da natureza nas regiões onde a Companhia está presente, com potencial para incentivar projetos como gestão de fauna, reflorestamento e soluções baseadas na natureza.
Pedro Sutter, vice-presidente de Sustentabilidade, Riscos e Compliance da Motiva, ressaltou a importância da adesão, afirmando que ela “fortalece o tema da biodiversidade em nossa estratégia de negócios” e reafirma o papel de liderança da Motiva na construção de uma infraestrutura resiliente e regenerativa. Ele também destacou que a iniciativa contribui para “uma nova economia da natureza no Brasil” e alinha as decisões da empresa com a criação de “valor sustentável de longo prazo”.
Ações anteriores e futuras em biodiversidade
A Motiva informa que já vinha utilizando a metodologia do TNFD antes mesmo da adesão formal. Essa avaliação prévia cobriu os riscos e oportunidades de biodiversidade em mais de 4 mil quilômetros de vias em seis estados brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. O levantamento foi conduzido com o apoio da consultoria Origami e servirá de subsídio para a definição de planos de mitigação, com a expectativa de ser ampliado para outras operações da Motiva ainda este ano.
Para garantir a evolução do tema, a Companhia também:
Constituiu um Grupo de Trabalho em Biodiversidade.
Está desenvolvendo um roteiro (roadmap) com metas e KPIs (Indicadores-Chave de Desempenho) específicos para monitorar e viabilizar ações concretas. KPI é uma métrica usada para avaliar o desempenho em relação aos objetivos de negócio.
Alinhamento estratégico e Agenda Climática
A adesão ao TNFD está alinhada ao pilar estratégico da Motiva “Redução do Risco Climático e da Pegada Ambiental” da sua Ambição 2035. Isso inclui o compromisso “No Net Loss” (Sem Perdas Líquidas), um princípio que busca garantir que as atividades da empresa não causem uma diminuição líquida na biodiversidade ou em outros componentes ambientais.
A Motiva já possuía uma agenda climática avançada, sendo signatária da Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD) nos últimos três anos. O TCFD ou Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima, é um grupo de trabalho focado em desenvolver recomendações para empresas divulgarem informações financeiras relacionadas ao clima, com o objetivo de fornecer dados relevantes aos investidores sobre a gestão de riscos e oportunidades climáticas.
Em 2024, a Motiva alcançou marcos importantes em sua agenda climática, como:
100% de consumo de energia elétrica de fontes renováveis.
92,4% de uso de biocombustível em sua frota leve.
Neutralização de 9,4% das emissões de escopo 1 por meio da compra de créditos de carbono. Lançamento de sua estratégia de resiliência climática.

Legenda: Tony Goldner, CEO do TNFD (Esq.), Pedro Sutter, VP de Sustentabilidade, Riscos e Compliance da Motiva, e Juliana Silva, diretora de Sustentabilidade da empresa, em evento que formalizou a adesão (Crédito: Divulgação Motiva)
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes