Segundo apurou a ESPN, os fundos soberanos do Qatar decidiram diminuir seus investimentos na França, incluindo o dinheiro usado no Paris Saint-Germain.
De acordo com fontes, a QIA (Autoridade de Investimentos do Qatar), que é o fundo soberano de investimentos do país do Oriente Médio, com patrimônio estimado de 500 bilhões de euros (R$ 3 trilhões), e o grupo QSI (Qatar Sports Investments), que controla o PSG, já iniciaram a redução do fluxo de grana ao país europeu.
Pessoas ouvidas pela reportagem, salientaram que a mudança na estratégia de investimentos já vem ocorrendo há um ano e não tem relação com o fato do presidente do time de Paris, Nasser Al-Khelaifi, estar sendo investigado pela Justiça da França por acusações de corrupção.
As investigações judiciais, aliás, não dizem respeito às atividades de Nasser no PSG, mas sim por sua ligação próxima com um empresário francês.
Al-Khelaifi está sendo acusado de cumplicidade em um caso de compra de votos, ataque à liberdade de votação e abuso de poder que envolve o grupo de mídia francês Lagardère.
O empresário qatari, que atua como presidente do Paris Saint-Germain desde outubro de 2011, nega as acusações.
Uma fonte próxima a Nasser emitiu a seguinte posição à ESPN: “Essa investigação não tem absolutamente qualquer relação com Nasser Al-Khelaifi, mas, como de hábito, ele está sendo obrigado a passar por um processo completamente espúrio simplesmente por ser uma pessoa famosa, que, aparentemente, é responsável por absolutamente tudo, até que as investigações sejam encerradas por não terem qualquer base legal”.
A alta cúpula do Qatar, porém, já vinha avaliando seus investimentos na França há algum tempo. Internamente, os qataris entendem que recebem “tratamento injusto” da imprensa francesa, do sistema judiciário local e de políticos franceses.
A QIA é dona de um número significativo de propriedades, como hotéis, além de possuir diversos negócios importantes em Paris. De acordo com fontes, eles já começaram a vender alguns itens de seu extenso portifólio.
Durante anos, a França foi um dos mercados prioritários da QIA, da QSI, do grupo de mídia beIN e outros braços de investimento do Qatar.
A QSI comprou o PSG em 2011. Durante mais de uma década, o grupo investiu enormes quantidades de dinheiro e contratou atletas de renome mundial, como Thiago Silva, Zlatan Ibrahimovic, Edinson Cavani, Kylian Mbappé, Neymar, Lionel Messi e Sergio Ramos, entre muitos outros.
A gastança desenfreada resultou na conquista de 10 títulos do Campeonato Francês em 13 temporadas. No entanto, o maior objetivo do grupo, que era vencer a Uefa Champions League, nunca ocorreu.
Em dezembro de 2023, o fundo de investimentos norte-americano Arctos, que tem parceria com o astro da NBA Kevin Durant, comprou uma parte minoritária do clube.
Já o grupo beIN, que é dono dos direitos da Ligue 1 na França, vem conversando sobre investimentos com a Arábia Saudita há mais de um ano. Ao mesmo tempo, o conglomerado diminuiu seus investimentos gerais na França.