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Riocard Mais rebate declarações da SMTR e diz que Prefeitura do Rio tenta “transferir erros” da operação do Jaé


Empresa lembra que sistema anterior tinha biometria facial e controle antifraude, com cancelamento de 24 mil gratuidades em 2024, e aponta aumento de 29% nas transações gratuitas após sua saída. Novo sistema enfrenta críticas após suspender recarga por cartão de crédito no aplicativo

ALEXANDRE PELEGI

A Riocard Mais divulgou nota em resposta às declarações da Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) do Rio de Janeiro exibidas no telejornal RJ2, da TV Globo.

A reportagem abordou suspeitas de uso indevido de gratuidades no sistema de bilhetagem Jaé, que substituiu a Riocard Mais na capital fluminense. Segundo o programa, a Prefeitura afirmou que já iniciou uma auditoria para apurar irregularidades e que as inconsistências identificadas estariam sendo corrigidas com novas medidas de controle.

Durante a matéria, o telejornal exibiu a seguinte posição da SMTR: “situações desse tipo já ocorriam num sistema anterior, mas agora, com transparência, a prefeitura consegue detectar os problemas e adotar medidas preventivas de forma mais eficiente.”

A declaração foi entendida pela empresa como uma tentativa de responsabilizá-la por falhas na implementação e na operação do Jaé, novo sistema de bilhetagem eletrônica do transporte público carioca.

Nota da Riocard Mais

“Mais uma vez a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) tenta justificar erros na implementação e na operação do Jaé responsabilizando a Riocard Mais.

Enquanto esteve à frente da bilhetagem no Rio, a Riocard Mais manteve um controle rigoroso contra fraudes, utilizando biometria facial e monitoramento de uso dos cartões, com o envio regular de dados à SMTR e às secretarias de Educação e Saúde. Em 2024, mais de 24 mil gratuidades foram canceladas.

Essas informações são de interesse público e deveriam ser divulgadas espontaneamente pela SMTR, mas podem ser solicitadas por qualquer cidadão por meio da Lei de Acesso à Informação (Lei Federal nº 12.527/2011).

Atualmente, o Jaé registra 22 milhões de transações de gratuidade por mês, um número 29% maior que o contabilizado no mesmo período do ano anterior, quando a empresa ainda não operava de forma exclusiva a bilhetagem do Rio.
Na prática, são aproximadamente 5 milhões de gratuidades a mais após a saída da Riocard Mais — em um cenário de queda de 14% dos passageiros pagantes na cidade.

É importante destacar ainda que a Riocard Mais enviava, mensalmente, ofícios à SMTR relatando os casos suspeitos de fraude para as medidas necessárias, mantendo um fluxo regular e transparente de informações sobre transações suspeitas no transporte público. Desde o ano passado, foram 18 ofícios.”

A gestão da bilhetagem eletrônica no município do Rio passou a ser feita pela Prefeitura a partir de 2024, com o lançamento do Jaé, que substituiu o sistema Riocard Mais nas operações de emissão e controle de cartões. Desde então, o serviço vem enfrentando questionamentos sobre instabilidades, duplicidades de uso e falhas no registro de gratuidades.

A Riocard Mais, que ainda atua em outros sistemas metropolitanos e intermunicipais, tem reiterado que sua plataforma mantinha auditorias antifraude e compartilhava dados com os órgãos públicos de forma regular.

Problemas no Jaé geram novas críticas de usuários

Nesta quarta-feira (5), o jornal O Globo revelou que o Jaé suspendeu a opção de recarga com cartão de crédito no aplicativo, sem aviso prévio, o que causou revolta entre usuários.

De acordo com a publicação, a mudança começou a valer entre os dias 29 de outubro e 3 de novembro e levou a uma enxurrada de reclamações nas redes sociais e em sites de defesa do consumidor, como o Reclame Aqui.

Segundo o jornal, usuários relataram cobranças indevidas, saldos incorretos e falhas na solicitação de segunda via do cartão. Muitos passageiros afirmaram ter enfrentado filas de mais de duas horas em postos de atendimento, especialmente no Terminal Gentileza, zona portuária do Rio.

Em nota ao jornal, a administração do Jaé confirmou que a recarga via cartão de crédito foi suspensa no app “após revisão técnica dos processos e comportamento de uso”, mas garantiu que o serviço continua disponível em terminais de autoatendimento do BRT e do VLT, com pagamento por PIX ou boleto bancário. Segundo a empresa, mais de 85% dos usuários já utilizam o PIX como forma de pagamento.

Adicional: taxa de 4% sobre recargas empresariais e reforço no controle de gratuidades

Conforme reportagem do Diário do Transporte nesta terça-feira (04), o sistema Jaé iniciou uma nova fase de modernização que inclui taxa de 4% sobre recargas de vale-transporte realizadas por empresas, percentual já previsto no edital, e reforço nos mecanismos de monitoramento antifraude, após indícios de uso irregular de cartões de estudantes e idosos.

O texto esclarece que, além da nova cobrança para empresas, o anúncio acompanha dados apresentados pela SMTR que apontam que já foram bloqueadas 6.850 gratuidades por suspeita de fraude no sistema Jaé. Relembre:

Jaé passa a cobrar taxa de 4% sobre recargas empresariais e reforça controle após indícios de fraudes em gratuidades

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes



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