Publicado em: 20 de agosto de 2025
Despacho da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana autoriza empenho de recursos para aquisição de ônibus elétricos no Lote AR2; empresa já havia recebido R$ 123.150.572,51 em autorizações de empenho neste ano
ALEXANDRE PELEGI
A Prefeitura de São Paulo autorizou nesta terça-feira, 19 de agosto de 2025, o empenho de quase R$ 40 milhões (R$ 39.964.249,60) à Sambaíba Transportes Urbanos Ltda., maior operadora do sistema de ônibus da capital.
O despacho, assinado pelo secretário Celso Jorge Caldeira, estabelece que o valor será destinado à eletrificação da frota de veículos prevista para 2025, no âmbito do contrato de concessão nº 31/2019 – Lote AR2.
Segundo a publicação, o empenho foi autorizado com base na Portaria Conjunta SMT.SETRAM/SF nº 2, de 30 de novembro de 2023, que regulamenta a destinação de recursos municipais para apoio à compra de ônibus elétricos.
A despesa será coberta pela dotação prevista no orçamento em vigor, conforme Nota de Reserva nº 68.184/25 (131026357). O despacho determina ainda que a nota de empenho seja emitida e encaminhada à SPTrans para prosseguimento.
Em 2025, a Sambaíba já recebeu R$ 123.150.572,51 em autorizações de empenho da Prefeitura de São Paulo para a eletrificação da frota.
Esse valor resulta da soma de quatro liberações publicadas ao longo do ano:
Outras liberações em 2025
A autorização de R$ 39,9 milhões à Sambaíba soma-se a uma série de empenhos liberados pela Prefeitura de São Paulo neste ano para apoiar a transição da frota de ônibus para modelos elétricos.
Em janeiro, a Express Transportes Urbanos (Lote AR4) recebeu autorização de R$ 89,57 milhões (Diário do Transporte).
Já em março, a Prefeitura empenhou R$ 36,35 milhões em favor da própria Sambaíba (Lote E2) (Diário do Transporte), além de liberar, no mesmo mês, aproximadamente R$ 170 milhões para sete empresas — entre elas MobiBrasil, Metrópole Paulista, Campo Belo, Movebuss e Norte Buss (Diário do Transporte).
Em abril, a Express voltou a ser contemplada, desta vez com R$ 44,78 milhões adicionais (Diário do Transporte).
No mês seguinte, maio, a Mobibrasil (Lote AR6) obteve empenho de R$ 40,38 milhões (Diário do Transporte).
Em junho, as liberações se intensificaram:
Transcap – Auto Bless (Lote D12): R$ 35,08 milhões (Diário do Transporte);
Santa Brígida (Lote E1): R$ 2,01 milhões (Diário do Transporte);
Conjunto de empresas (Norte Buss, Alfa Rodobuss, Gato Preto, Transcap/Auto Bless e Grajaú): R$ 165,09 milhões (Diário do Transporte);
Gato Preto, Mobibrasil, Sambaíba, Ambiental e Via Sudeste: R$ 172,27 milhões (Diário do Transporte).
Eletrificação da frota
Estes recursos financeiros, transferidos pelo Município, serão utilizados pelas empresas operadoras para cobrir a diferença de valor na compra de um veículo elétrico e seu modelo correspondente na versão diesel.
Para definir o plano de subvenção às empresas operadoras, a prefeitura considerou alguns condicionantes, como o preço dos veículos elétricos que é, em média, 4,3 vezes superior aos ônibus a diesel.
Pelo modelo definido, a prefeitura realizará uma transferência de capital no montante referente à diferença entre os valores dos ônibus elétricos e seus equivalentes movidos a diesel.
Como mostrou o Diário do Transporte, no dia 24 de julho de 2024 a prefeitura reajustou a tabela dos preços dos ônibus elétricos e a diesel dos diferentes modelos que rodam no sistema de transporte coletivo da capital.
A nova tabela atualiza os valores com base maio/2024, com efeito retroativo ao primeiro anos do mês.
Em todos os seis modelos houve aumento da diferença a ser paga pela prefeitura em 2,77%.
Veja um comparativo entre as duas tabelas:
As viações terão de fornecer à SPTrans cronograma de substituição de modelos a diesel por elétricos até 31 de agosto de cada ano.
A portaria publicada no dia 30 de novembro diz que parcela do ônibus a ser subvencionada não poderá ser superior à diferença entre os preços de referência do ônibus elétrico e do ônibus a diesel. Relembre:
DOCUMENTO OFICIAL: Ônibus elétricos vão gerar às viações subsídio até 32% mais alto que ônibus a diesel em São Paulo, define Nunes em publicação no Diário Oficial
O documento ainda determina que as empresas terão de negociar com as fabricantes os menores valores.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes