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Setembro chegou, mas o setor de transporte rodoviário ainda espera pela renovação prometida


Especialista Ilo Löbel da Luz alerta que, mesmo em vigor há mais de 500 dias, o novo marco regulatório da ANTT não avançou na prática; empresas e passageiros seguem aguardando abertura do mercado

 ALEXANDRE PELEGI

O Diário do Transporte conversou com o especialista Ilo Löbel da Luz sobre a expectativa em torno do Novo Marco Regulatório do Transporte Rodoviário Interestadual de Passageiros (Resolução ANTT nº 6.033/2023). Em vigor há mais de 500 dias, a medida foi criada para modernizar o setor e ampliar a concorrência, mas a implementação segue paralisada.

Segundo Ilo, a data simbólica de setembro acentua a sensação de frustração.

 “O marco regulatório foi pensado para modernizar o transporte rodoviário e ampliar a oferta de serviços, criando um ambiente de maior concorrência. Mas o que vemos é que setembro chegou e a prometida renovação ainda não aconteceu.”

Ele lembra que o cronograma estabelecia janelas de abertura de mercado em agosto de 2024 e março de 2025, mas nenhuma delas foi cumprida.

“Essas janelas não foram implementadas, e até agora nenhuma nova autorização foi concedida. Isso mantém o mercado fechado e impede que a concorrência traga os benefícios esperados ao passageiro.”

O especialista aponta que 48% das empresas já habilitadas aguardam o aval da ANTT para começar a operar.

“Esse represamento significa empregos que deixam de ser criados e menos opções para os passageiros, que poderiam contar com novos serviços e tarifas mais competitivas.”

Para Ilo, a situação se torna mais grave porque o obstáculo jurídico já foi superado.

 “Em abril de 2025, o TRF1 retirou o principal entrave judicial que dificultava a aplicação das regras. A partir dali, havia a expectativa de que a ANTT divulgasse um novo cronograma, mas até agora isso não aconteceu.”

A explicação para o impasse, segundo ele, está na estrutura interna da agência.

“A ANTT enfrenta sérias limitações orçamentárias e instabilidades em sistemas fundamentais, como o SIGMA, o SISHAB 2 e o Monitriip. Sem essas ferramentas, não é possível habilitar, monitorar e fiscalizar os novos serviços de forma segura e transparente.”

O resultado é um ambiente de incerteza que afeta toda a cadeia.

 “As regras existem, mas não estão sendo aplicadas. Para os passageiros, isso significa adiar a modernização do setor e continuar sem os benefícios prometidos.”

Ao final da entrevista, Ilo resumiu o sentimento do mercado:

“O marco regulatório foi concebido como um divisor de águas para o transporte rodoviário. Agora, o setor precisa que a promessa saia do discurso e se torne realidade. Setembro chegou, mas seguimos esperando.”

 

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes            



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