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Sobe para 561 o total de ônibus atacados somente na capital paulista, atualiza SPTrans números ao Diário do Transporte


Em todo o Estado de São Paulo, já são mais de mil ônibus vandalizados desde 12 de julho de 2025. Há casos isolados, mas Polícia não tem dúvidas que crescimento no número de ataques é em decorrência de ações coordenadas, mas ainda não esclareceu motivações, mas principal linha de investigação, que relaciona uma das principais causas a questões contratais de empresas, compactuam com apurações feitas pelo Diário do Transporte 

ADAMO BAZANI

Colaborou Yuri Sena

A SPTrans (São Paulo Transporte), que gerencia as linhas municipais da capital paulista, atualizou na manhã deste domingo, 27 de julho de 2025, em resposta ao Diário do Transporte, o total de ônibus atacados na cidade. No sábado, o número finalizado foi de nove casos, ampliando para 561 a quantidade de veículos depredados desde o início da onda de ataques em 12 de junho de 2025. Até o início da noite, a gestora tinha registrado seis casos, mas ocorreram depois ao menos outros três entre o fim da noite de sábado e a madrugada de domingo.

Considerando outros sistemas de transportes por ônibus urbanos e metropolitanos intermunicipais nas demais cidades da Grande São Paulo e no Litoral, já são mais de mil.

Há casos isolados, mas Polícia não tem dúvidas que crescimento no número de ataques é em decorrência de ações coordenadas, mas ainda não esclareceu motivações, mas principal linha de investigação, que relaciona uma das principais causas a questões contratais de empresas, compactuam com apurações feitas pelo Diário do Transporte – VEJA MAIS ABAIXO AO LONGO DA REPORTAGEM

ALGUNS CASOS DE SÁBADO:

A reportagem já havia noticiado alguns casos que ocorreram na manhã de sábado (26), como nas zonas Sul e Norte.

Veja os locais no link:

Na parte da tarde e início da noite foram mais ocorrências.

Uma delas envolveu um ônibus da empresa Via Sudeste Transportes S.A. e foi registrado na esquina da rua João Teodoro com avenida do Estado, por volta de 14h30.

O vidro de uma das portas traseiras do coletivo que fazia a linha 311C-10 Pq. São Lucas / Bom Retiro foi destruído.

Ninguém se feriu.

Testemunhas viram um casal brigando nas proximidades e o homem teria atirado, em seguida, uma pedra no coletivo, apresentando sinais de transtorno, o que fugiria do perfil de ataques que mais intriga a Polícia e que ainda não está esclarecido, muito embora ganha força a linha de investigação sobre eventuais descontentamentos de algumas empresas que tiveram contratos rompidos (veja mais abaixo).

Em Cidade Tiradentes, na zona Leste, a GCM (Guarda Civil Metropolitana) prendeu um homem com pedras na mão sob a suspeita que ele iria atacar ônibus na região. O homem foi encaminhado para o Distrito Policial de número 49, em São Mateus.

Principal linha da investigação sobre ataques a ônibus reforça apuração feita pelo Diário do Transporte

Em 22 de julho de 2025, ao falar sobre a considerada até então prisão mais relevante nas investigações a respeito da onda de ataques a ônibus no Estado de São Paulo, do servidor público Edson Campolongo, de 68 anos, que teria confessado participação em ao menos 17 ações, o diretor do Deic (Departamento de Investigações Criminais) da Polícia Civil, Ronaldo Sayeg, descartou que desafios de jogos online sejam a motivação para a sucessão de atos de vandalismo que já danificadaram mais de mil coletivos em todo o Estado, quase 550 só na capital.

Sayeg também disse que disputas dentro do sindicato dos trabalhadores da cidade de São Paulo também perderam relevância nas apurações porque os ataques continuaram depois do encerramento da campanha salarial e não possuem características típicas de ações quando há participação de sindicalistas. Ficou como mais forte a tese de que a insatisfação de empresas de ônibus com perdas de contratos e disputas por operação podem estar por trás de grande parte dos atos.

O indicativo da Polícia Civil vai na mesma direção do que foi apurado pelo Diário do Transporte até então.

IMPORTANTE: Nem os policiais e nem a reportagem concluíram que seja de fato esta motivação, podendo algumas novas surgirem ou mesmo as enfraquecidas ganharem novos elementos. Porém, o que a Polícia entende, como já havia demonstrado o Diário do Transporte duas semanas antes das declarações do diretor do Deic, é que há até agora mais materialidade nas questões envolvendo contratos com empresas.

Além das características das ações,  documentos,  datas que coincidem entre atos administrativos da prefeitura de São Paulo e o início da onda de ataques são para a Polícia o que fazem com que a hipótese até agora seja a de maior indício palpável.

A reportagem, por exemplo, já havia mostrado que a assinatura da portaria que autoriza a transferência de contratos da Transwolff,  na zona Sul da capital paulista  para a Sancetur,  foi no dia 12 de junho de 2025, mesma data considerada como do início dos ataques

A Transwolff é investigada por suposta ligação com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). A empresa,  alvo de uma intervenção da prefeitura após uma operação do MP (Ministério Público) que resultou na prisão de diretores (grande parte já conseguiu a possibilidade de responder em liberdade), nega.

Relembre reportagem do Diário do Transporte sobre o tema bem antes da coletiva do Deic

PCC, Onda de Ataques a Ônibus, Transwolff e Sancetur: depredações em massa começam no mesmo dia em que prefeitura assina despacho que viabiliza transferência de contratos – VEJA DOCUMENTO

O fato de os ataques terem ocorrido fora da capital paulista também em vez de enfraquecer a tese, para a Polícia só reforça, isso porque pode ser indício de demonstração de força.

Além disso,  também foi destacado, tanto pela Polícia como pelo Diário do Transporte ao longo das apurações,  que apesar de terem um núcleo central, nem todos os ataques possuem relação,  havendo casos de vandalismo que já são corriqueiros e outros que foram feitos por oportunistas.

Ouça as declarações do diretor do Deic aqui neste link

OUÇA – COMPLETO: Polícia descarta “jogos de desafios pela internet” como motivação da onda de ataques a ônibus, minimiza possibilidade de disputa sindical e reforça hipótese de empresas

Adamo Bazani,  jornalista especializado em transportes



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