Publicado em: 6 de janeiro de 2025
Valor é de R$ 5,15 desde 2021. Sistema é operado pelo Grupo Belarmino
ADAMO BAZANI
A tarifa de ônibus em Itu, no interior de São Paulo, não terá aumento neste ano de 2025.
Foi o que anunciou nas redes sociais, por meio de um vídeo, o prefeito Herculano Passos.
“Não vamos reajustar a tarifa de transporte público em Itu este ano [2025]. É uma decisão que reflete nosso respeito ao cidadão que ainda precisa ver sua cidade organizada e funcionando de fato e é para isso que estamos trabalhando muito” – disse em um dos trechos na gravação veiculada por sua assessoria nesta segunda-feira, 06 de janeiro de 2025.
O mais recente reajuste ocorreu em 27 de dezembro de 2021, quando o valor da tarifa passou de R$ 5 para R$ 5,15.
Na ocisão, a empresa West Side, que usa a marca Mov Itu, do Grupo Belarmino, assumiu o contrato de prestação de serviços de transportes na cidade.
Como mostrou o Diário do Transporte, diversas cidades pelo Brasil, após as eleições municipais, estão reajustando as tarifas de ônibus no início deste ano de 2025.
Em São Paulo, por exemplo, subiram as tarifas a capital paulista (SPTrans), os transportes metropolitanos do Governo de São Paulo (EMTU e trilhos) e cidades da região metropolitana como Santo André, Ribeirão Pires e Francisco Morato.
Confira os principais valores neste link:
Neste início de ano de 2025, após eleições municipais, diversas cidades aplicaram aumentos nas tarifas de transportes públicos.
Medidas que, segundo as prefeituras, são necessárias para manter os serviços em operação, mas que pesam e comprometem sim a renda das pessoas, principalmente de quem ganha menos.
Para a população e pelo geral da qualidade dos serviços, insatisfatória em grande parte dos casos, toda a tarifa de transporte coletivo está muito alta.
Para a manutenção dos sistemas, as tarifas têm sido insuficientes para bancar os serviços.
Há sistemas que entregam menos para os passageiros. Outros, oferecem mais. Dependende da política de transportes.
Na capital paulista, é possível integrar quatro ônibus e com os trilhos. Os ônibus têm motor traseiro e ar-condicionado, MAS OS SUBSÍDIOS BANCAM 50% DOS CUSTOS.
Nas cidades do ABC, por exemplo, não há integrações com trilhos, a maioria da frota é sem ar-condicionado e se limita ao menos confortável motor dianteiro, porém, os subsídios quase não existem.
É necessário achar fontes de recursos extra-tarifárias e um projeto está empacado no Congresso Nacional: chamado Novo Marco Regulatório dos Transportes ajudaria nisso, mas há anos não avança.
Custo de transporte só pela tarifa é como se fosse um bolo. Quanto menos gente para dividir, cada fatia fica maior. E os sistemas de transportes públicos, por suas altas tarifas e qualidade insatisfatória, tem perdido demanda.
A queda de demanda de passageiros foi agravada pela pandemia de covid-19, mas já vinha de antes. É a bola de neve. Os serviços são insatisfatórios e mais caros e, com isso, cai o número de passageiros. Caindo o número de passageiros, aumenta o custo e o serviço corre o risco de ficar pior: com menos ônibus nas linhas e renovações de frota menos frequentes.
Além disso, há fatores que aumentam os custos de operação dos transportes. Como o trânsito cada vez pior. Os ônibus, sem corredores e espaços adequados, ficam presos nos congestionamentos. São necessários mais ônibus para atender menos passageiros. Isso aumenta os custos e, como a maior parte vai para a tarifa, há elevação nas passagens.
Exemplos:
Em São Paulo, é possível até quatro embarques em ônibus diferentes, no período de 3 horas, ou então até três embarques em ônibus diferentes, no período de 3 horas e um embarque no sistema de trilhos, nas duas primeiras horas. A maioria dos ônibus tem ar-condicionado, piso baixo e motor traseiro, que oferece mais conforto. Mas os subsídios cobrem cerca de 50% dos custos de tudo isso, que por ano, são de cerca de R$ 12 bilhões. Nesta segunda-feira, 06 de janeiro de 2025, a tarifa passou de R$ 4,40 para R$ 5 depois de quatro anos de congelamento.
Para 2025, a prefeitura de São Paulo reservou no Orçamento, R$ 6,5 bilhões.
Na vizinha Santo André, depois de um ano, a tarifa passou de R$ 5,70 para R$ 5,90 nesta segunda-feira, 06 de janeiro de 2025. Há integração somente entre dois ônibus municipais e nenhuma integração com os trilhos.
Nem a prefeitura e nem as empresas de ônibus deixam claros e de fácil acesso para toda a população os custos de operação do sistema de Santo André, mas os subsídios quase não existem. São apenas para integrações e algumas gratuidades.
A maior parte da frota é só de motor dianteiro, com menos conforto que o traseiro, e estão vindo ônibus zero quilômetro sem ar-condicionado.
Em ambas as cidades, os transportes coletivos perderam demanda.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes