20 C
Rondonópolis
segunda-feira, 16 junho - 23:34
- Publicidade -
Publicidade
HomeTransportesTarifas de transportes sobem em sistemas onde população não sabe o que...

Tarifas de transportes sobem em sistemas onde população não sabe o que é ter integração com trilhos e ar-condicionado e motor traseiro nos ônibus são artigos raros e de luxo


Marco regulatório do transporte coletivo urbano ainda patina no Congresso e poderia ajudar para que o custo não recaia ainda sobre os mais pobres – *O QUE É TARIFA ALTA E O QUE É TARIFA BAIXA?*

ADAMO BAZANI

Neste início de ano de 2025, após eleições municipais, diversas cidades aplicaram aumentos nas tarifas de transportes públicos.

Medidas que, segundo as prefeituras, são necessárias para manter os serviços em operação, mas que pesam e comprometem sim a renda das pessoas, principalmente de quem ganha menos.

MAS O QUE É TARIFA ALTA E TARIFA BAIXA?

Para a população e pelo geral da qualidade dos serviços, insatisfatória em grande parte dos casos, toda a tarifa de transporte coletivo está muito alta.

Para a manutenção dos sistemas, as tarifas têm sido insuficientes para bancar os serviços.

Há sistemas que entregam menos para os passageiros.

Na capital paulista, é possível integrar quatro ônibus e com os trilhos. Os ônibus têm motor traseiro e ar-condicionado, MAS OS SUBSÍDIOS BANCAM 50% DOS CUSTOS.

Nas cidades do ABC, por exemplo, não há integrações com trilhos, a maioria da frota é sem ar-condicionado e se limita ao menos confortável motor dianteiro, porém, os subsídios quase não existem.

É necessário achar fontes de recursos extra-tarifárias e um projeto está empacado no Congresso Nacional: chamado Novo Marco Regulatório dos Transportes ajudaria nisso, mas há anos não avança.

Custo de transporte só pela tarifa é como se fosse um bolo. Quanto menos gente para dividir, cada fatia fica maior. E os sistemas de transportes públicos, por suas altas tarifas e qualidade insatisfatória, tem perdido demanda.

A queda de demanda de passageiros foi agravada pela pandemia de covid-19, mas já vinha de antes. É a bola de neve. Os serviços são insatisfatórios e mais caros e, com isso, cai o número de passageiros. Caindo o número de passageiros, aumenta o custo e o serviço corre o risco de ficar pior: com menos ônibus nas linhas e renovações de frota menos frequentes.

Além disso, há fatores que aumentam os custos de operação dos transportes. Como o trânsito cada vez pior. Os ônibus, sem corredores e espaços adequados, ficam presos nos congestionamentos. São necessários mais ônibus para atender menos passageiros. Isso aumenta os custos e, como a maior parte vai para a tarifa, há elevação nas passagens.

Exemplos:

Em São Paulo, é possível até quatro embarques em ônibus diferentes, no período de 3 horas, ou então até três embarques em ônibus diferentes, no período de 3 horas e um embarque no sistema de trilhos, nas duas primeiras horas. A maioria dos ônibus tem ar-condicionado, piso baixo e motor traseiro, que oferece mais conforto. Mas os subsídios cobrem cerca de 50% dos custos de tudo isso, que por ano, são de cerca de R$ 12 bilhões. Nesta segunda-feira, 06 de janeiro de 2025, a tarifa passou de R$ 4,40 para R$ 5 depois de quatro anos de congelamento.

Para 2025, a prefeitura de São Paulo reservou no Orçamento, R$ 6,5 bilhões.

Em Santo André, depois de um ano, a tarifa passou de R$ 5,70 para R$ 5,90 nesta segunda-feira, 06 de janeiro de 2025. Há integração somente entre dois ônibus municipais e nenhuma integração com os trilhos.

Nem a prefeitura e nem as empresas de ônibus deixam claros e de fácil acesso para toda a população os custos de operação do sistema de Santo André, mas os subsídios quase não existem. São apenas para integrações e algumas gratuidades.

A maior parte da frota é só de motor dianteiro, com menos conforto que o traseiro, e estão vindo ônibus zero quilômetro sem ar-condicionado.

Em ambas as cidades, os transportes coletivos perderam demanda.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes





Fonte

RELATED ARTICLES

Most Popular

Recent Comments