Publicado em: 27 de janeiro de 2025
São três possibilidades de traçado no caso do trem para o litoral. Governador diz que custos de implantação e tempo de viagem vão definir a escolhas. No mesmo evento, Nunes falou sobre o fim dos contratos das empresas de ônibus Transwolff e UPBus. Veja também sobre o fim do serviço 710 (Rio Grande da Serra a Jundiaí)
ADAMO BAZANI
Colaborou Yuri Sena
O Governo do Estado de São Paulo e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) devem formalizar em breve o financiamento para as contrações dos estudos que vão definir os traçados dos TICs (Trem Intercidades) entre a capital paulista e Santos, no litoral, e a capital paulista e São José dos Campos, no interior.
A informação é do próprio governador, Tarcísio de Freitas, em inauguração da estação Varginha, da linha 9-Esmeralda de trens metropolitanos, na manhã desta segunda-feira, 27 de janeiro de 2025.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, esteve no mesmo evento como já mostrou o Diário do Transporte, e comentou sobre o fim dos contratos das empresas de ônibus Transwolff e UPBus, suspeitas de ligação com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Nunes também falou que as empresas que assumirem as linhas devem absorver a frota atual controlada pelos “ex perueiros” das cooperativas que deram origem às duas empresas.
Relembre:
Sobre os TICs (Trem Intercidades), Tarcísio disse que há alternativas de trajetos sendo cogitadas e que as maiores dúvidas são em relação ao TIC São Paulo a Santos, que possui três alternativas.
Uma delas seria justamente pela zona Sul de São Paulo, conectando com a região atendida pela extensão da linha 9.
Como também mostrou o Diário do Transporte, Tarcísio declarou que já foram encomendados os estudos para ampliar a linha 9-Esmeralda, levando-a mais para o Sul da capital, até a região de Parelheiros.
Relembre:
E Parelheiros é justamente uma das possibilidades de rotas do Trem Intercidades que poderia começar a “descer” para o litoral a partir do extremo Sul de São Paulo. Já outra alternativa atenderia ao ABC Paulista, na qual seria “margeada” a rodovia dos Imigrantes ou com possível ligação com a atual linha 10-Turquesa da CPTM (Companhia de Trens Metropolitanos).
Segundo o governador, os custos de implantação e tempo de viagem vão definir a escolhas.
OUÇA:
“Nós temos algumas alternativas de traçado. Obviamente, você sempre pensa na alternativa Parelheiros, Itanhaém, Mongaguá. E lá, conectando aquela antiga linha da Santos-Cajati para chegar em Santos. É uma possibilidade. Mas existem outras possibilidades também. Por exemplo, margeando a Imigrantes. Então, o que a gente vai fazer agora? Ver qual é a alternativa mais viável. Tem duas coisas que a gente tem que analisar aí. O custo de implantação, o CAPEX. E a segunda coisa, o tempo de viagem. Então, são dois fatores importantes de decisão para a gente ver qual o melhor traçado para fazer esse trem intercidades, Santos e São Paulo. A gente está fechando agora com a contratação do BID para que a gente possa, de fato, iniciar o estudo. Tanto do Santos/São Paulo, quanto do São José dos Campos/ São Paulo”.
FIM DO SERVIÇO 710
Os novos TIC (Trem Intercidades) devem ser concedidos juntamente com atuais linhas da CPTM.
Foi assim com o TIC São Paulo-Jundiaí-Americana-Campinas, que será construído pelo consórcio TIC Trens composto pelo Grupo Comporte, gigante do setor de ônibus e liderada pela família do fundador da GOL Linhas Aéreas, Constantino de Oliveira (Nenê Constantino) e pela chinesa CRRC.
O TIC São Paulo – Campinas engloba a linha 7-Rubi da CPTM. Por causa da concessão, o serviço 710, que une as linhas 7-Rubi e 10-Turquesa, possibilitando ligação com um único trem entre Rio Grande da Serra, no ABC Paulista, e Jundiaí, no interior, será descontinuado em setembro de 2025.
Isso porque, hoje as linhas 7 e 10 são de uma única operadora, a estatal CPTM.
A partir de setembro, serão duas operadoras. A linha 10, do ABC, continua com a estatal CPTM, e a linha 7 passa a ser de responsabilidade operacional da empresa privada, o consórcio TIC Trens.
VEJA OS PROJETOS:
TIC Eixo Sul (Litoral):
O TIC Eixo Sul, que vai unir a capital ao Litoral Sul, deve ser o mais caro, com o valor variando entre R$ 9 bilhões e R$ 15 bilhões e promete ligação entre a capital e Santos em uma hora e meia.
Serão estudadas três opções de trajeto. Uma pelo percurso atual feito pelos trens de carga por meio das cremalheiras (que ficam nos trilhos e auxiliam o controle do trem na descida e na subida) e outras duas, via Mongaguá em uma extensão entre 115 e 130 quilômetros.
O início da linha, na capital, deve ter três opções de conexão com a rede atual de trilhos: estações Pinheiros, Brás ou Santos-Imigrantes.
Assim como ocorreu com a linha 7-Rubi da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que foi incluída no TIC Eixo Norte (para Campinas e Sumaré), no caso do TIC para o Litoral, a linha 10-Turquesa deve fazer parte da concessão.
TIC Eixo Leste (São José dos Campos):
O TIC Eixo Leste, por sua vez, vai ligar a capital paulista a São José dos Campos, no Vale do Paraíba, interior paulista.
O custo deve ser de cerca de R$ 6 bilhões e serão três opções de trajeto: a partir linha 11 – Coral, da linha 12 – Safira, que seria o mais curto, ou pela linha 13- Jade, que permitiria uma conexão com o aeroporto em Guarulhos.
A viagem deve ser de 1h15 e o trajeto, dependendo do traçado, deve ter entre 80 e 130 quilômetros.
Estas três linhas da CPTM devem estar inseridas na concessão.
VLT Campinas
O VLT em Campinas terá dois eixos, um de abrangência municipal e outro metropolitano.
Um braço vai ligar o centro ao aeroporto Viracopos.
O outro braço vai unir Campinas às cidades de Sumaré e Hortolândia.
Ao todo, devem ser 44 km de trilhos e o custo será de aproximadamente R$ 2,6 bilhões.
Também há possibilidade de conexão com o TIC (Trem Intercidades) Eixo Norte – São Paulo/Campinas, que está sendo construído e será operado pelo “Consórcio C2 Mobilidade Sobre Trilhos”, composto pela gigante do setor de ônibus Comporte Participações S.A. (participação: 60%), líder do Consórcio, e CRRC (HONG KONG) CO. Limited (participação: 40%),
VLT Sorocaba
Em 36 km de extensão o VLT de Sorocaba deve ligar a cidade de leste a oeste, passando pelo centro e conectando com atual rede de corredores de ônibus rápidos BRTs (Bus Rapid Transit), operada pelo consórcio de empesas MobiBrasil (que também atua nos ônibus da cidade de São Paulo) e CS Brasil.
Deve ser aproveitado um eixo ferroviário já existente no local.
O tempo de trajeto deve ser de 36 minutos.
O custo total deve ser de R$ 1,5 bilhão.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes