Publicado em: 3 de junho de 2025
Assembleia vai decidir se categoria cruza ou não os braços. Até lá, viações podem oferecer alternativas a pedidos de reajustes
ADAMO BAZANI
Colaborou Vinícius de Oliveira
OUÇA:
Os funcionários dos sistemas de transportes do ABC Paulista ainda não receberam contrapropostas por parte das empresas que atendem às setes cidades da região e as linhas intermunicipais em relação aos pedidos de reajustes nos valores de salários e benefícios.
Com isso, volta o risco de haver uma greve de ônibus.
Como mostrou o Diário do Transporte, na última semana, em duas assembleias, os trabalhadores decidiram manter o indicativo de greve, mas ainda não cruzar os braços esperando das viações alternativas aos pedidos iniciais apresentados na Campanha Salarial de 2025/2026.
Até agora, entretanto, nada foi apresentado além da proposta inicial de aumento para salários e benefícios de 5,32%, índice que representa a correção pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
Esta proposta foi rejeitada pelos trabalhadores.
Ao repórter e editor-chefe do Diário do Transporte, Adamo Bazani, e ao apresentador da Rádio ABC, Ricardo Leite, o presidente do Sintetra, sindicato dos trabalhadores, Leandro Mendes, disse na noite desta terça-feira (03), que até a realização de uma nova assembleia, agendada para o fim da tarde desta quarta-feira, 04 de junho de 2025, há oportunidade de as viações oferecerem novos índices e, assim, afastarem definitivamente o risco de greve
Olá, Adamo Bazani, Ricardo Leite. Estou aqui passando para dizer pra vocês que, até o momento, a gente ainda não tem proposta nenhuma para a Data Base de 2025/26. Estamos no aguardo, estamos esperançosos que venha alguma proposta. Estamos aguardando até às 16h, a gente tem um tempo ainda, então a gente espera que venha alguma proposta para a gente estar passando na assembleia das 16h – disse
PEDIDOS INICIAIS:
Os trabalhadores rejeitaram o reajuste salarial e nos benefícios de 5,32% que reflete o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) oferecido pelas empresas. Entre os pedidos estão 5,32% de INPC mais aumento real de 8%, mesma PLR (Participação nos Lucros e Resultados) para quem trabalha em ônibus com ou sem cobrador, salário unificado entre motoristas de ônibus grandes (convencionais, articulados e trólebus) e mídis (micrões), além de VA (Vale Alimentação) em maiores valores.
ÔNIBUS DO ABC PAULISTA:
Presidente do Sindicato das viações – SETC-ABC (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo do ABC), Milena Braga Romano, hoje reúne a maior frota de ônibus de toda a região do ABC, com NEXT Mobilidade (ônibus intermunicipais comuns, seletivos e do Corredor ABD – “trólebus), BR7 Mobilidade (sistema municipal de São Bernardo do Campo), além da companhia de fretamento e transporte escolar, Diastur. Tudo somado, chega a cerca de mil coletivos. A empresária deve também tentar o máximo para evitar a greve.
A região também é operada por empresas de outros grupos e que operam em outras cidades:
MUNICIPAIS
Santo André
– Consórcio União Santo André, formando por Viação Guaianazes, Viação Curuçá, Viação Vaz e ETURSA -Empresa de Transportes Urbanos Rodoviários. (linhas gerais – maior parte do sistema);
– Suzantur (Sistema de Vila Luzita – maior demanda concentrada);
São Bernardo do Campo
BR 7 Mobilidade
São Caetano do Sul
VIPE (Viação Padre Eustáquio)
Diadema
Suzantur
Mauá
Suzantur
Ribeirão Pires
Suzantur (Rigras)
Rio Grande da Serra
Viação Talismã
Metropolitanos (ônibus comuns, ônibus seletivos e Corredor ABD – “trólebus” )
NEXT Mobilidade – mesmo grupo da BR 7, de São Bernardo do Campo.
Escolares e fretamento
Diastur – mesmo grupo da BR 7, de São Bernardo do Campo
OPERAÇÕES DIFERENTES:
Apesar de as sete cidades do ABC estarem conectadas, cada município possui uma realidade operacional diferente.
Por exemplo, enquanto São Caetano do Sul tem tarifa zero, sendo 100% subsidiada pela prefeitura, as outras cidades dependem de um mix de tarifas e repasses parciais.
Enquanto São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra possuem apenas uma empresa nas linhas municipais; em Santo André, há um consórcio com quatro companhias de transporte e mais um sistema com contrato emergencial.
Há também o sistema intermunicipal cujas regras de remuneração e repasse são do Governo do Estado.
Veja matérias anteriores sobre o tema no link:
Greve de ônibus no ABC: Articulação de prefeitos deve começar com viações sobre custos operacionais, mas são esperadas políticas de médio e longo prazos – VÍDEO
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes