23 C
Rondonópolis
quinta-feira, 24 julho - 23:03
- Publicidade -
Publicidade
HomeTransportesTrólebus vai acabar em São Paulo com a implantação do VLT (Bonde...

Trólebus vai acabar em São Paulo com a implantação do VLT (Bonde de São Paulo), diz Nunes em resposta ao Diário do Transporte e Enel promete energia para mais 2 mil ônibus – OUÇA


Ônibus a bateria (verde) e trólebus (vermelho) ao fundo no Terminal Parque Dom Pedro II, que será integrado ao VLT. Meio de transporte sobre trilhos vai desativar rede de trólebus, diz Ricardo Nunes.

Prefeito foi questionado sobre a viabilidade de modelo de coletivo que mescla as tecnologias de conexão a fiação aérea e baterias (E-Trol), mas disse que considera alto custo da rede de trólebus. Nunes disse que ainda há cerca de 40 ônibus com baterias que não rodam por falta infraestrutura de energia

ADAMO BAZANI

Colaboraram Vinícius de Oliveira e Yuri Sena

Os trólebus na cidade de São Paulo, presentes no sistema municipal de linhas desde 1949, têm fim decretado: se os planos da prefeitura se concretizarem será entre 2029 e 2030.

De acordo com o prefeito Ricardo Nunes na manhã desta quarta-feira, 23 de julho de 2025, durante apresentação de 120 ônibus elétricos com baterias, em resposta ao questionamento do repórter Adamo Bazani, do Diário do Transporte, com a implantação do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) no centro da cidade, os trólebus “automaticamente” serão desativados.

“Sobre o trólebus, a gente tem um problema hoje que o custo de manutenção é bastante alto, em torno de 20 milhões por ano de manutenção na nossa rede que passa para conectar o trólebus. Agora o que a gente vai ter, com a publicação do VLT do centro, vai substituir, porque onde tem as linhas que passam os trólebus, passará as linhas do VLT. Então, na implantação do VLT, automaticamente a gente vai ter a substituição do trólebus na cidade de São Paulo”. – disse Nunes a Adamo Bazani.

OUÇA:


Como mostrou o Diário do Transporte, em 24 de março de 2025, a Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento, da prefeitura da capital paulista, finalizou o estudo urbanístico do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no centro da cidade. Serão duas linhas de trilhos com 26 estações em 16 trechos espalhados em 12 km. Haverá impactos em 260 linhas de ônibus e o custo aproximado de implantação deve ser de R$ 4 bilhões. O projeto deve ser licitado neste ano de 2026 e inauguração é esperada para entre 2029 e 2030. Deste total, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do Governo Federal), deve financiar R$ 1,3 bilhão. A demanda estimada é de 134 mil passageiros por dia. o “Bonde de São Paulo” será integrado a cinco terminais de ônibus, nove estações de metrô e duas estações de trens já existentes. O trabalho também considera integração com o corredor de ônibus de alta capacidade BRT (Bus Rapid Transit) da Radial Leste e a futura linha 19-Celeste do Metrô: São Paulo (Anhangabaú) X Guarulhos (Bosque Maia).

Relembre:

Nunes, durante a apresentação, voltou a se queixar da distribuidora de energia Enel como responsável principal pelo fato de a gestão municipal não cumprir as metas de eletrificação da frota de transporte coletivo.

Com a inclusão destes 120 veículos no sistema nesta quarta-feira, 23 de julho de 2025, (alguns dos que serão apresentados já estão até nas planilhas de operação das viações), foi para 640 o total de ônibus elétricos com baterias, ¼ apenas das metas de 2,6 mil coletivos deste tipo que estavam previstos para o período entre 2021 e 2024, que não foram alcançadas.

Nunes voltou a dizer que ainda há infraestrutura suficiente na rede de energia e na ligação com as garagens e acusa a ENEL de não realizar as adequações necessárias, elevando a tensão de baixa para média ou alta para que não caia o fornecimento de casas e estabelecimentos comerciais durante a recarga de vários coletivos ao mesmo tempo.

Segundo o prefeito, ainda nesta quarta-feira, 23 de julho de 2025, ainda há cerca de 40 ônibus zero km com baterias que não rodam por falta infraestrutura de energia.

Contando os 201 trólebus, que trafegam conectados à rede aérea e cuja tecnologia está presente na cidade desde 1949 (com as modernizações ao longo do tempo), são 841 ônibus com tração elétrica.

A Enel informou ao Diário do Transporte também nesta quarta-feira (23) que vai fornecer energia para quase dois mil ônibus em São Paulo até o fim do ano

“A Enel Distribuição São Paulo informa que tem atendido a toda demanda de infraestrutura elétrica planejada e demandada pelos operadores de ônibus. Desde 2024, a companhia entregou 44MW de energia a 20 garagens de ônibus, energia capaz de abastecer pelo menos 900 ônibus. Até o fim do ano, serão mais 44 MW, já contratados pelas empresas, que possibilitarão o abastecimento de um total de ao menos 1.980 ônibus elétricos. A companhia reforça que tem capacidade para atender a meta da Prefeitura até 2028, caso seja demandada pelas empresas com a antecedência necessária para execução de suas obras, conforme cada tipo de projeto”, diz a distribuidora em nota ao Diário do Transporte. (ao fim da reportagem, leia a nota completa)

Diante destas dificuldades, Nunes foi questionado por Adamo Bazani sobre a diversidade de opções tecnológicas, incluindo um modelo de coletivo que mescla no mesmo veículo as opções trólebus (conectados à rede aérea) e ônibus baterias, para rodar parte do percurso sem estar ligado à fiação.

Chamado de “E-trol”, segundo um estudo da ONG Respira São Paulo, o modelo poderia aproveitar a atual infraestrutura de trólebus implantada para outras linhas. Isso porque, ainda de acordo com o levantamento, assinado pelo projetista de infraestrutura de Rede de Contato para Tração Elétrica e consultor, Jorge Françozo de Moraes, e pelo especialista em transportes eletrificados, Norberto Steven Pollak, a rede atual tem energia de sobra que não é aproveitada.

A rede de trólebus da capital paulista soma 168 km por onde rodam conectados 201 trólebus. O estudo aponta que apenas metade da capacidade de energia dessa rede é usada.

. *_Somente 50% da potência instalada na atual malha de rede, 30.000 kW, é utilizada pela frota de 201 trólebus em operação, demostrando que existe uma folga para servir de fonte de carregamento das baterias de, pelo menos, 200 veículos_*. – diz trecho do estudo concluído no *fim de março de 2025*, ao qual o *Diário do Transporte* teve acesso.

Além disso, levantamento do “Respira São Paulo” relaciona linhas de ônibus comuns que passam sob a rede aérea e que poderiam receber o E-Trol, um tipo de veículo que funciona com bateria e conectado à fiação. Este tipo de ônibus E-Trol tem menos baterias custa *30% mais barato* que os ônibus somente com baterias que têm sido comprados e vão ser subsidiados pela prefeitura.

São ao menos sete linhas, mas outras podem ser adaptadas.

*_Essas são as linhas principais que trafegam em grande parte sob as redes aéreas. Na simulação do documento, as linhas de trólebus atuais usariam a rede na parte da manhã e na parte da tarde quando a rede estaria mais disponível, outras linhas usariam a infraestrutura. A SPTrans informa que essa operação seria complexa, mas no passado, haviam três operadores que usavam a rede e a conta de energia e manutenção era dividida proporcionalmente*_ – diz ainda o trabalho.

Este tipo de ônibus é produzido no Brasil e deve rodar no sistema de corredores que está sendo construído entre São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano do Sul e a capital paulista, o BRT-ABC.

Veja a relação das linhas:

TRÓLEBUS E E-TROLL

4315-10: Terminal Vila Carrão/Terminal Parque Dom Pedro II;

390E-10: Terminal Penha/Terminal Parque Dom Pedro II;

3139-10: Jardim Vila Formosa/Praça João Mendes;

407R-10: Terminal Vila Carrão/Metrô Belém;

507T-10: Terminal Sapopemba/Metrô Carrão;

2552-10: Vila Mara/Terminal Parque Dom Pedro II;

3301-10: Terminal São Miguel/Terminal Parque Dom Pedro II;

O estudo completo você acessa neste link:

OUÇA BOLETIM: Uma alternativa para ônibus elétricos em São Paulo não ficarem parados nas garagens: Rede de Trólebus é subutilizada e tem energia de sobra para carregar os “verdinhos”. Veja estudo completo

Enel promete energia para quase dois mil ônibus em São Paulo até o fim do ano

Em nota ao Diário do Transporte, a Enel rebateu as críticas do prefeito Ricardo Nunes e informou que “tem atendido a toda demanda de infraestrutura elétrica planejada e demandada” pelas empresas de ônibus, que até o fim do ano de 2025 vai entregar energia para carregar quase dois mil coletivos e que possui capacidade para cumprir toda a meta de coletivos a eletricidade estipulada pela prefeitura até 2028.

Veja na íntegra:

A Enel Distribuição São Paulo informa que tem atendido a toda demanda de infraestrutura elétrica planejada e demandada pelos operadores de ônibus. Desde 2024, a companhia entregou 44MW de energia a 20 garagens de ônibus, energia capaz de abastecer pelo menos 900 ônibus. Até o fim do ano, serão mais 44 MW, já contratados pelas empresas, que possibilitarão o abastecimento de um total de ao menos 1.980 ônibus elétricos.

A companhia reforça que tem capacidade para atender a meta da Prefeitura até 2028, caso seja demandada pelas empresas com a antecedência necessária para execução de suas obras, conforme cada tipo de projeto.

A Enel é responsável pela infraestrutura externa para a garantia de fornecimento de energia às garagens. Para uma garagem receber energia para recarga de ônibus, são necessárias adequações internas (carregadores, construção de cabine primária e outras obras internas), de responsabilidade dos operadores de ônibus. Todo o processo segue regras regulatórias.

A companhia reitera que realiza reuniões semanais com representantes das garagens, da SPTrans e da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, onde são alinhados prazos.

 Reportagem:

*ADAMO BAZANI, JORNALISTA ESPECIALIZADO EM TRANSPORTES – MTB 31521 – Diário do Transporte*





Fonte

RELATED ARTICLES

Most Popular

Recent Comments