Publicado em: 14 de agosto de 2025
Nesta quinta-feira, 14 de agosto de 2025, no Sindicato dos Engenheiros, na capital, especialistas debatem a viabilidade do meio de transporte nos dias atuais
ADAMO BAZANI
Em meio ao desenvolvimento de novos modelos de ônibus elétricos, com baterias que tendem a apresentar maior autonomia e tempo de recarga reduzido, como as “Blade”, anunciadas pela BYD em primeira mão ao Diário do Transporte na segunda-feira, 11 de agosto de 2025 (Relembre: , uma das perguntas que se faz sobre transportes menos poluentes é: há ainda espaço para os trólebus?
O assunto ganhou força novamente nesta semana com três fatos em São Paulo, a única capital brasileira a ter um sistema de ônibus elétricos conectados a fiação aérea em operação. No Brasil, são apenas três sistemas, o municipal da capital, que pode estar com os dias contatos, um de Santos, no litoral Paulista, que na prática, nem opera como previsto e, o mais promissor, no ABC Paulista, em um corredor que faz a ligação até a capital e tem veículos zero quilômetro.
Levando em conta que o ABC terá um novo sistema de corredores até a capital, o BRT-ABC, que contará com a tecnologia E-Trol, um tipo de ônibus que opera conectado à rede, mas também só com baterias, está na região a “esperança” da sobrevida deste meio de transporte, que ainda é presente em diversas cidades desenvolvidas no mundo, mas que também foi desativado em várias outras.
Ocorre nesta quinta-feira, 14 de agosto de 2025, um Seminário, no Sindicato dos Engenheiros, na Rua Genebra, 25, no centro da capital paulista, com especialistas, inclusive alguns internacionais, que vão debater onde “cabem ainda os trólebus” no Brasil como uma das alternativas para que os transportes coletivos tenham menores impactos ambientais negativos.
Veja detalhes aqui: https://diariodotransporte.com.br/2025/08/09/especialistas-internacionais-da-uitp-e-diretor-da-abve-estao-entre-participantes-do-seminario-que-vai-discutir-a-viabilidade-dos-trolebus-que-ocorre-em-sao-paulo-no-dia-14/
Também nesta semana, a Rede Nossa São Paulo, uma ONG que reúne especialistas em eletromobilidade, divulgou ao Diário do Transporte um estudo que mostra que, diferentemente do que alegou o prefeito Ricardo Nunes, que disse que os trólebus poderiam acabar na cidade com a inauguração de um sistema de bondes modernos com duas linhas no centro, seria mais prudente a capital paulista manter os dois modelos.
Segundo a ONG, em várias partes do mundo, trólebus e VLTs coexistem e se complemetam.
Relembre:https://diariodotransporte.com.br/2025/08/13/desativar-trolebus-por-causa-de-vlt-bonde-de-sao-paulo-e-um-desperdicio-e-vai-na-contramao-do-que-mundo-pratica-aponta-estudo-entrevista-e-video/
Na capital paulista, ainda de acordo com o Movimento Respira São Paulo, a convivência seria uma forma de aproveitar melhor a infraestrutura de redes de distribuição enquanto não há condições ainda que a frota de ônibus só com bateria avance pela cidade pela falta justamente das adaptações das tensões das redes nos bairros onde estão as garagens.
Mas, nesta quarta-feira, 13 de agosto de 2025, os entusiastas e defensores dos trólebus receberam um “banho de água fria”.
O Diário do Transporte revelou e a SPTRANS (São Paulo Transporte), gerenciadora do sistema de linhas municipais confirmou que a Ambiental Transportes, única empresa a operar trólebus na cidade, quer colocar apenas ônibus elétricos com baterias na linha de trólebus mais antiga do Brasil, a 408A-10 (Machado de Assis/Cardoso de Almeida) em operação comercial com este tipo de veículo desde 1949.
Relembre: https://diariodotransporte.com.br/2025/08/13/oficial-ambiental-formaliza-pedido-para-que-primeira-linha-de-trolebus-do-brasil-408-a-10-deixe-de-ter-este-tipo-de-veiculo-contando-so-com-modelos-a-bateria/
A SPTRANS ainda não deu anuência à Ambiental, mas não descarta atender o pedido.
Enquanto isso, a indústria garante que no Brasil e no mundo a tecnologia trólebus evoluiu. Além do E-TROL, sistemas que reduzem os riscos de quedas das alavancas de conexão com a rede, baterias menores para manobras e sistemas de recolhimento das hastes destas alavancas, sem a necessidade de o motorista sair do veículo, deixariam este tipo de ônibus mais flexíveis e interessantes
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes