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HomeTransportesum organograma de “várias empresas em uma só”, o que empaca transição

um organograma de “várias empresas em uma só”, o que empaca transição


Em um dos ataques mais graves, mulher foi ferida no rosto em 27 de julho de 2025 e teve de passar por cirurgia. Crime ocorreu na zona Sul, mesma área de atuação da Transwolff, onde foi registrada a maior parte dos casos, mas com ônibus de outras viações sendo alvos.

Companhia, juntamente com a UPBus, na zona Leste, foi alvo de operação do MP que apura suposto envolvimento de viações da capital paulista com a fação criminosa PCC

ADAMO BAZANI

O Deic, departamento da Polícia Civil de São Paulo que investiga o crime organizado, por meio da SSP (Secretaria de Segurança Pública), confirmou ao Diário do Transporte nesta terça-feira, 02 de dezembro de 2025, que, mesmo após meses do final da onda de ataques a ônibus no Estado, em especial na capital e Grande São Paulo, as investigações ainda prosseguem. O inquérito não foi concluído, seguindo, “em trâmite”.

Segundo a pasta, os ataques não mais ocorrem, mas o trabalho de identificação de possíveis envolvidos continua, com diligências ainda sendo realizadas. Ao menos, 20 pessoas foram detidas (mais abaixo, a reposta na íntegra)

Entre junho e agosto deste ano de 2025, os transportes na capital paulista entraram em alerta e o Diário do Transporte foi o veículo de comunicação que escancarou a gravidade da situação repercutindo em diversos colegas de imprensa profissional:  a maior parte das ações criminosas foi cometida com pedradas ou com bolinhas de ferro. Foram, em todo o Estado, mais de 1,5 mil ônibus atacados, diversas pessoas feridas.

O número de ocorrências começou a cair, após a prisão de um funcionário público do estado de São Paulo, que sozinho teria cometido quase 20 ações, em 22 de julho de 2025 e também com a presença de GCMs, guardas civis municipais, dentro dos ônibus da capital.

Apesar de o inquérito não ter sido concluído, os investigadores estão quase que integralmente convictos de que questões contratuais envolvendo empresas de ônibus que estão sendo retiradas da capital paulista sejam as principais motivações, muito embora também ocorreram ações isoladas.

Nesta terça-feira, 02 de dezembro de 2025, o Diário do Transporte mostrou que ainda permanece sem conclusão a transição de contratos da Transwolff e da UPBus, duas viações investigadas pelo Ministério Público de São Paulo por suposta ligação com a fação criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), para outras empresas. Isso frustra todos os anúncios e promessas da gestão do prefeito Ricardo Nunes.

A falta de transparência também é outra marca. Documentos que deveriam ser públicos são colocados como restritos e a SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora dos ônibus da capital e que realiza intervenção nas duas empresas, não responde aos questionamentos do Diário do Transporte desde quinta-feira, 27 de novembro de 2025.

As apurações realizadas mostram que, apesar de a UPBus ter se manifestado judicialmente contra a intervenção e o fim dos contratos, os maiores problemas residem na Transwolff. Não por ser a maior frota, mais de 1,2 mil ônibus e 100 linhas, porque a Sancetur, da família Chedid, do interior paulista, foi selecionada pela prefeitura como em condições de assumir todas as operações no lugar da Transwolff.

Uma das questões principais está na configuração da Transwolff, que, segundo as investigações mostram, se trata de “várias empresas em um nome”, formada por forças conflitantes e núcleos. Foi traçada pela reportagem do Diário do Transporte, assim, com base nas apurações das diferentes instituições que acompanham o caso, como MP, Polícias Civil e até dados da intervenção da SPTrans, uma espécie de organograma diante das constatações até o momento:

Entre os núcleos e grupos identificados, e que formam este organograma, estão:

Direção e sócios, que se tornaram grandes empresários de transportes, surgindo nomes no organograma que estão entre as pessoas que foram presas em abril de 2024 na Operação Fim da Linha do MP (Ministério Público);

– Donos de ônibus que integraram a  Cooperpam (Cooperativa dos Trabalhadores Autônomos em Transporte de São Paulo),que deu origem às operações da Transwolff no transporte urbano. Respondem pela maior parte da frota, com ônibus mídis (micrões) e micros. São quase 800 veículos dos cerca de 1,2 mil. Há uma divisão entre este grupo, com dissidências e alinhamentos diferentes

– Funcionários contratados: são empregados por CLT (carteira assinada) que foram contratados após a transformação da cooperativa em empresa. São os que menos têm poder de atuação e influência no “travamento” da transição.

A prefeitura tem de lidar com essas correntes diferentes, algumas delas, inclusive, apontadas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público, como violentas.

RESPOSTA SSP:

O inquérito policial que apura os ataques a ônibus na capital segue em trâmite pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Nenhuma linha de investigação é descartada e diligências estão sendo realizadas para o completo esclarecimento dos fatos e conclusão do inquérito.

Vale destacar que o trabalho integrado das forças de segurança para coibir os atos de vandalismo resultou na prisão de mais de 20 infratores. Até o momento, não foram registrados outros casos semelhantes. As polícias seguem monitorando a situação.

Onda de ataques teria sido motivada por contratos, segundo Polícia Civil

Não há movimentações desde setembro nos processos da prefeitura e os documentos não são acessíveis à população. Diário do Transporte questiona desde quinta-feira, sem respostas

ADAMO BAZANI

O assunto já é considerado, nos bastidores, um dos grandes tabus na área de mobilidade da gestão do prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes.

Com anúncios e promessas sem cumprimento, ocorre sem transparência e gerando dúvidas e especulações a transição dos contratos de empresas de ônibus que foram alvos em abril de 2024 de uma operação do Ministério Público de São Paulo sobre o envolvimento com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Os contratos da Transwolff, na zona Sul, foram anunciados para serem transferidos para a Sancetur, empresa da família Chedid, forte em transportes do interior paulista, e da UPBus, na zona Leste, para a Alfa Rodobus, ex-cooperativa de transportes que já opera na capital. Tanto Transwolff como UPBus também surgiram de cooperativas. Há suspeitas de interferência do crime organizado para os processos não irem para a frente e não há atualização desde 17 de setembro de 2025 na página oficial de acompanhamento da prefeitura. Documentos públicos são colocados como restritos, especulações e dúvidas são comuns. Desde quinta-feira da semana passada, 27 de novembro de 2025, o Diário do Transporte questiona a administração Nunes e insiste na resposta, mas ainda sem retorno até esta terça-feira, 02 de dezembro de 2025.

A reportagem apurou que a não resposta é porque, apesar de os discursos oficiais, muito pouco avançou a transição em comparação com o esperado, em especial no caso da Transwolff.

ONDA DE ATAQUES:

Como mostrou o Diário do Transporte, a principal linha de investigação da Polícia Civil de São Paulo mostrou que esta transição, em especial no caso da Transwolff, foi o principal motivador para onda de ataques a pedradas contra ônibus na Grande São Paulo, que resultou em quase 1,5 mil coletivos depredados e diversas de pessoas feridas.

Foi um documento revelado pelo Diário do Transporte que tornou a principal linha de investigação a transferência do despacho do secretário de transportes da cidade de São Paulo, Celso Caldeira, criando um grupo de trabalho para viabilizar a transferência de linhas de ônibus da zona Leste, da UPBus para a Alfa Rodobus, e principalmente da zona Sul, da Transwolff para a Sancetur. UPBus e Transwolff foram alvos, em abril de 2024, de uma operação do Ministério Público contra o crime organizado.

Para a polícia, a data da publicação desse despacho, em 12 de junho de 2025, é considerado o início da onda de ataques. As demais hipóteses, como jogos pela internet, de desafio online ou problemas localizados, foram descartados como as principais causas, assim como disputas no sindicato dos trabalhadores.

Relembre:

PROMESSAS E ANÚNCIOS SEM CUMPRIMENTO:

Até agora, apesar de as respostas oficiais por nota informarem que a transição segue conforme o previsto, não é isso que ocorre quando pessoalmente as autoridades são questionadas sobre o assunto.

Há descumprimentos de prazos e anúncios.

Em 03 de abril de 2025, o Secretário de Mobilidade, Celso Jorge Caldeira, em resposta ao Diário do Transporte, durante a entrega de 115 ônibus elétricos que em aproximadamente 90 dias, deveria estar concluída a transição das linhas, atualmente operadas pela UPBus, para a Alfa RodoBus, e das linhas operadas pela Transwolff para a Sancetur.

O prazo anunciado acabaria, portanto, em 03 de julho de 2025.

Relembre:

O Diário do Transporte voltou a questionar. Em resposta ao jornalista Adamo Bazani, do Diário do Transporte, na manhã de uma quarta-feira, 23 de julho de 2025, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, disse que Transwolff e UPBus iriam “desaparecer” (termo utilizado pelo próprio gestor) da cidade de São Paulo em 60 dias

Em setembro de 2025, portanto, não deveria mais haver ônibus com as marcas Transwolff e UPBus rodando, mas os veículos seguem normalmente nas ruas.

Relembre:

No mesmo dia, ainda em resposta ao Diário do Transporte, Nunes questionou as declarações desta terça-feira (22) do diretor do Deic (Departamento de Investigações Criminais), Ronaldo Sayeg, que descartou os jogos de desafios pela internet como uma das causas das depredações, assim como reduziu a possibilidade de os casos estarem relacionados com disputas internas no sindicato de motoristas. Segundo Nunes, na ocasião, não havia problemas de contratos na cidade de São Paulo e já está decidido que ambas as empresas investigadas não vão mais operar.

INVESTIGAÇÕES PROSSEGUEM, DIZ SSP

O Diário do Transporte também procurou a SSP (Secretaria de Segurança Pública) do Estado de São Paulo que, diferentemente da SPTrans e da Prefeitura de São Paulo, respondeu.

Segundo a pasta, ainda são realizadas investigações e prossegue o trabalho de identificação de possíveis envolvidos nos ataques.

O inquérito policial que apura os ataques a ônibus na capital segue em trâmite pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Nenhuma linha de investigação é descartada e diligências estão sendo realizadas para o completo esclarecimento dos fatos e conclusão do inquérito.

Vale destacar que o trabalho integrado das forças de segurança para coibir os atos de vandalismo resultou na prisão de mais de 20 infratores. Até o momento, não foram registrados outros casos semelhantes. As polícias seguem monitorando a situação.

Matéria original em:

Direção da Transwolff é investigada por suposta ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital). Polícia Civil vai apurar, mas ocorrências onde não há nenhuma relação com as duas empresas ainda colocam em dúvida se esta seria uma das motivações. Pode ser também, segundo uma das linhas de apuração, um recado do crime organizado de demonstração de força com a seguinte mensagem: não mexa com nossos interesses locais que o Estado todo pode pagar. Prazo para o estabelecimento dos processos administrativo ainda vai vencer, em *12 de julho de 2025*

ADAMO BAZANI

Colaborou Yuri Sena

– 12 de junho de 2025, às 19h32 – O secretário Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte da capital paulista, Celso Jorge Caldeira, assina despacho dando prosseguimento à transferência do contrato da Transwolff, empresa que opera na zona Sul, para a Sancetur, companhia da família Chedid, que atua em parte do interior e do litoral de São Paulo.

– Horas depois, no mesmo dia 12 de junho de 2025 – Começava uma onda de ataques a ônibus jamais vista em todo o Estado de São Paulo e na América Latina, que foi responsável já por mais de 600 coletivos depredados, quase 350 destes somente na capital.

A Transwolff é a terceira maior frota da cidade: 1.206 ônibus, opera em 133 linhas e transporta 590 mil passageiros por dia. Juntamente com a UPBus, na zona Leste, a Transwolff foi alvo em 09 de abril de 2024, da Operação Fim da Linha, do Ministério Público do Estado de São Paulo que investiga uma suposta ligação entre diretores destas companhias de transportes com a fação criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

Desde então, ambas empresas passaram a ser alvos de uma intervenção da SPTrans (São Paulo Transporte) e, após verificações por uma consultoria externa de técnicos do poder público, no dia 28 de fevereiro de 2025, o prefeito Ricardo Nunes anunciou que não manteria mais a Transwolff e a Upbus no sistema de transportes da cidade e que, a partir de 15 de março de 2025, iniciaria o processo de substituição de viações.

Levantamentos de fontes diferentes, um da SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora das linhas municipais de São Paulo, e outro do SPUrbanuss, sindicato das empresas de transportes da cidade, os quais o Diário do Transporte teve acesso mostram que, até 12 de junho de 2025, a média de depredações a ônibus não passava de cinco casos por dia. Mas na noite de 12 de junho de 2025, o número de casos explodiu para cerca de 40, ou seja, no mesmo dia em que o secretário de transportes assinou o despacho, começou a ocorrer a explosão de casos.

A Polícia Civil vai passar a investigar se há ligação entre os fatos.

O documento, pelo qual, o secretário Celso Caldeira diz: “determino o prosseguimento do feito para as providências necessárias à transferência dos Contratos”, foi publicado em Diário Oficial no dia 13 de junho de 2025, mas já no dia 12 de junho de 2025 poderia ser consultado na página de processos da Prefeitura, por qualquer cidadão, bastando apenas clicar em “Visualizar”

O Diário do Transporte no dia 14 de junho de 2025 publicou a notícia sobre o despacho que determinou a instauração de um Grupo de Trabalho, que deve contar com a participação da SPTrans e das empresas interessadas: a Transwolff e a Sancetur. Este grupo deveria em 30 dias a partir da publicação definir as regras finais desta transição. Ou seja, o prazo para o estabelecimento dos processos administrativo ainda vai vencer, em 12 de julho de 2025.

Relembre:

A Polícia Civil de São Paulo investiga se há alguma relação entre os fatos, mas ocorrências onde não há nenhuma relação com as duas empresas ainda colocam em dúvida se esta seria uma das motivações. O ABC Paulista, por exemplo, é um dos principais palcos dos ataques e não têm ligação direta com esta transferência.

Os policiais não descartam que esta sim pode ser uma das motivações entre várias, já que, regionalmente, oportunistas podem ter aproveitado o início da “onda” para fazer os seus acertos locais. Ou pior; um recado do crime organizado de demonstração de força com a seguinte mensagem: não mexa com nossos interesses locais que o Estado todo pode pagar.

A apuração sobre a o documento, a Transwolff, Sancetur, PCC e a possível ligação com os ataques, entre as linhas de investigação foi feita entre os repórteres Adamo Bazani, do Diário do Transporte, e Filipe Peixoto, do Jornal da BAND.

RESPOSTA TRANSWOLFF

Em nota, ao Diário do Transporte, a Transwolf diz que não há possui ligação com atividades ilícitas e que o processo de intervenção na operação da empresa continua em trâmite junto à Secretaria Municipal de Transportes e ao Poder Judiciário.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

A Transwolff Transportes e Turismo Ltda. esclarece que não há qualquer fundamento nas alegações de suposta relação da empresa ou de seus representantes com atividades ilícitas. A empresa repudia veementemente qualquer tentativa de associação com organizações criminosas.

A Transwolff permanece se defendendo nas esferas adequadas, prestando todos os esclarecimentos necessários às autoridades competentes. O processo de intervenção na operação da empresa continua em trâmite junto à Secretaria Municipal de Transportes e ao Poder Judiciário.

A empresa segue comprometida com a transparência e com a regularidade de suas atividades, em respeito à população e aos seus colaboradores.

Transwolff Transportes e Turismo Ltda.
São Paulo, 10 de julho de 2025

VEJA OS DOCUMENTOS

POR ADAMO BAZANI

– OPERAÇÃO FIM DA LINHA – MINISTÉRIO PÚBLICO DE SP (TRANSWOLFF E UPBUS)

QUE EMPRESAS SÃO ESSAS QUE ASSUMEM?

Conforme o Diário do Transporte noticiou em primeira mão, no dia 28 de fevereiro de 2025, o prefeito Ricardo Nunes anunciou que não manteria mais as duas companhias no sistema de transportes da cidade e que, a partir de 15 de março de 2025, iniciaria o processo de substituição de viações. A Sancetur, da família Chedid, foi anunciada para assumir as linhas referentes à operação da Transwolff, na zona Sul; e a Alfa Rodobus, que já atua na cidade, prestaria os serviços no lugar da UPBus, na zona Leste. A Transwolff possui 1.206 ônibus, opera em 133 linhas e transporta 590 mil passageiros por dia. Já a UPBus responde por uma frota de 159 coletivos, 13 linhas e atende a 70 mil passageiros por dia.

Relembre:

SANCETUR: A Sancetur – Santa Cecília Turismo LTDA atende a diversas cidades com a marca SOU Transportes (SOU – Sistema de Ônibus Urbano. Pertence à família Chedid, considerada forte em transportes de passageiros, no interior paulista e em parte do litoral. Fundada em 1922, a Sancetur atua no setor de transportes desde 1952. A empresa possui uma frota de 2.050 ônibus, com um total de 4.200 funcionários. Atualmente, a Sancetur opera em 21 sistemas paulistas. Entre os municípios onde presta serviços estão Valinhos, Indaiatuba, Americana, Presidente Prudente, Limeira, São José dos Campos, São Carlos, Salto, Mogi-Guaçu, Jarinu, Rio Claro, São Vicente, São Sebastião, Peruíbe, Caraguatatuba, Cubatão, Itanhaém.

ALFA RODOBUS: Já atua na cidade de São Paulo, no chamado lote D-13 (local de distribuição), da zona Oeste da capital paulista. Teve origem na cooperativa Cooperalfa. Antes de assumir a UPBus, a frota é de 148 ônibus que atendem a 90,3 mil passageiros por dia. Segundo a SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora do sistema da cidade, a Alfa Rodobus foi a melhor colocada do grupo Local de Distribuição no Índice de Qualidade do Transporte (IQT) da autarquia.

EMPRESAS QUE SAEM:

TRANSWOLFF: A Transwolff possui 1.206 ônibus, a terceira maior frota da cidade ficando apenas atrás da Metrópole Paulista e da Sambaíba. É originária da cooperativa CooperPam. Tinha a responsabilidade de operar 133 linhas com 590 mil passageiros que utilizam diariamente.

UPBUS: A UpBus, empresa da zona Leste transporta 70 mil passageiros por dia em 13 linhas e 159 ônibus, que chegou a se chamar Qualibus, originária da garagem 2 da Associação Paulistana.

Condução: Ministério Público com Receita Federal e Polícias Civil e Militar sobre a Transwolff, que tem cerca de 100 linhas na zona Sul, 1206 ônibus e é a terceira maior frota da cidade É originária da cooperativa CooperPam. A operação é também foi sobre a UpBus, empresa da zona Leste com 13 linhas e 159 ônibus, que chegou a se chamar Qualibus, originária da garagem 2 da Associação Paulistana

Deflagração da Fase I: 09 de abril de 2024.

O Ministério Público, a Receita Federal e as polícias Civil e Militar deflagraram a Operação “Fim da Linha” que identificou um suposto esquema de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e outros crimes sob responsabilidade do PCC (Primeiro Comando da Capital) por meio de diretores de duas empresas de ônibus (Transwolff e UpBus).

Foram presos no dia Luiz Carlos Efigênio Pacheco, o Pandora (um dos donos da Transwolff), ⁠Robson Flares Lopes Pontes (Transwolff), ⁠Joelson Santos da Silva (Transwolff), por causa dos mandados de prisão. Também houve prisões em flagrante por porte de armas. Sócio da UpBus, Alexandre Salles Brito, foi preso em 16 de abril de 2024

Já Silvio Luís Ferreira, o Cebola, sócio da Upbus, por não ser encontrado no dia, foi considerado foragido. Também teve a prisão decretada, outro sócio da UpBus, Decio Gouveia Luiz, apelidado de Décio Português.

Desdobramento em 25 de junho de 2024: O Ministério Público de São Paulo realizou EM 25 d122e junho de 2024, a apreensão de 23 armas de fogo atribuídas ao presidente afastado da empresa de transportes UpBus, Ubiratan Antônio da Cunha.

Foi um desdobramento da Operação Fim da Linha, deflagrada em 09 de abril de 2024, que investiga a possível relação de diretores da UpBus, e da Transwolff, que opera na zona Sul da capital paulista, com o PCC (Primeiro Comando da Capital), facção criminosa que atua dentro e fora de presídios.

Ubiratan Antônio da Cunha é um dos réus no processo que apura as supostas ligações entre parte dos transportes da cidade de São Paulo e o crime organizado.

Segundo o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado ), do Ministério Público, a Polícia Civil havia sido procurada por integrantes da cooperativa Aliança Paulistana, que deu origem à UpBus por terem sido expulsos, com emprego de força física e intimidação verbal, da sede da empresa.

Ainda de acordo com a promotoria, a expulsão e a ameaça ocorreram no dia 05 de junho de 2024, por Ubiratan, mesmo sendo impedido por ordem da Justiça de frequentar a garagem.

Desdobramento em 16 de julho de 2024: Atendendo a pedido do MPSP, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), a Justiça decretou a prisão preventiva do presidente afastado da empresa de transportes Upbus, Ubiratan Antônio da Cunha. Um dos alvos da Operação Fim da Linha, deflagrada em abril de 2024, se tornou réu pela prática dos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa. O mandado foi cumprido nesta terça-feira (16/7) pela 2ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio (DEIC), da Polícia Civil.

No dia 5 de junho, a Polícia Civil foi procurada por integrantes da cooperativa sucedida pela Upbus em razão de terem sido expulsos da sede da empresa pelo dirigente da sociedade, atualmente impedido por ordem da Justiça de frequentar o local. Os fatos foram comunicados ao Ministério Público.

Posteriormente, o MPSP descobriu que, na mesma semana, o interventor nomeado pelo município foi atraído por funcionários da Upbus sob o pretexto de tomarem um café em um estabelecimento nas redondezas da garagem. O dirigente esperava por ele no local, em afronta à decisão judicial.

02 de agosto de 2024: Em primeira mão, no dia 02 de agosto de 2024, o Diário do Transporte mostrou que a prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Executiva de Transporte e Mobilidade Urbana (SETRAM), contratou por R$ 1,54 milhão a Fundação Carlos Alberto Vanzolini para fazer uma avaliação externa independente nas empresas Transwolff e UPBus

31 de outubro de 2024: Em 31 de outubro de 2024, a prefeitura enviou notificação à Transwolff e UPBus, que desde 09 de abril de 2024 passaram a estar sob intervenção do poder público. Foi o primeiro passo para uma eventual (até então) possibilidade de extinção dos contratos com estas viações. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, confirmou em 07 de novembro de 2024, que os contratos tinham o risco de fato de ser extintos. Nas palavras do prefeito, uma auditoria (avaliação externa) mostrou incapacidade financeira de a UpBus e a Transwolff continuarem operando na capital paulista.

“Ela (auditoria) demonstrou algumas inconsistências do ponto de vista de gestão, a incapacidade financeira delas continuarem avançando”.

20 de dezembro de 2024: Policiais militares da ROTA (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) prenderam na sexta-feira 20 de dezembro de 2024, o presidente afastado da UPBus, Ubiratan Antônio da Cunha, que estava foragido da Operação Fim da Linha, deflagrada em 09 de abril e que investiga suposta ligação de empresas de ônibus de São Paulo com o PCC (Primero Comando da Capital). O homem foi encaminhado ao 30° Distrito Policial (Tatuapé).

23 de dezembro de 2024: A prefeitura de São Paulo decidiu em 23 de dezembro de 2024 abrir processo de caducidade dos contratos Transwolff, da zona Sul, e a UPBus, da zona Leste.

A decisão foi tomada pelo prefeito Ricardo Nunes nesta segunda-feira, 23 de dezembro de 2024, após reunião com o secretário de Mobilidade e Trânsito, Gilmar Pereira Miranda; o presidente da gerenciadora das linhas municipais, SPTrans (São Paulo Transporte), Levi Santos; e os interventores pela SPTrans, sendo eles, o diretor de Planejamento de Transporte da SPTrans, Valdemar Gomes de Melo, e o diretor de Operações da SPTrans, Wagner Chagas.

Também participaram da decisão a Secretaria da Fazenda, a CGM (Controladoria Geral do Município) e a PGM (Procuradoria Geral do Município).

27 de dezembro de 2024: O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), confirmou em 27 de dezembro de 2024, a assinatura do decreto que dá início oficial ao procedimento que foi o primeiro passo legal o rompimento definitivo dos contratos das empresas de ônibus Transwolff, da zona Sul da capital paulista, e UPBus, da zona Leste. Do ponto de vista criminal, o Gaeco, grupo do Ministério Público que investiga o crime organizado, apontou que diretores, sócios e contadores da Transwolff e da UpBus atuavam para lavar o dinheiro do tráfico de drogas, do tráfico de armas e de roubos a bancos e de cargas. Há até apurações de que estariam ligados a homicídios. Além disso, alguns destes diretores, de acordo com o MP, não só têm envolvimento como pertencem diretamente ao PCC (Primeiro Comando da Capital), facção criminosa que atua dentro e fora de presídios. Na mesma noite houve a publicação.

A prefeitura muito pouco tem a fazer sobre a questão criminal, mas tem a obrigação de atuar administrativamente. Tanto as análises da Fundação Carlos Alberto Vanzolini como das equipes de intervenção mostraram que Transwolff e UPBus possuem problemas financeiros, administrativos e operacionais que as impedem de continuar prestando serviços.

27 de janeiro de 2025: O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, disse que era quase certo o rompimento dos contratos das empresas Transwolff e UPBus, que estão sob intervenção da prefeitura desde 09 de abril de 2025, quando foram alvos da Operação Fim da Linha, do Ministério Público de São Paulo, que investiga suposta ligação entre as diretorias destas duas companhias do sistema de ônibus da cidade e a fação criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). O dia 27 de janeiro de 2025 foi o prazo final para a

Proprietários de ônibus que integram ou integraram a frota da Transwolff, na zona Sul de São Paulo, fizeram um protesto e conversaram com o prefeito Ricardo Nunes e o secretário de transportes, Celso Caldeira. Estes donos de ônibus se dizem preocupados com o descredenciamento.

O prefeito disse que é muito difícil não ter o rompimento de contratos e que neste processo, os veículos destes proprietários devem ser absorvidos.

“Da defesa deles [diretorias da Transwolff e UPBUs] é que vamos decidir se vai ser decretada caducidade ou não [rompimento dos contratos]. Pelo que a gente tá vendo, é muito difícil não ter. Não tô querendo me antecipar, mas é um sentimento que estamos tendo. Pode ser que os técnicos achem uma justificativa para não ter a caducidade. Eu acho muito difícil. Com relação a Transwolff: boa parte de sua frota é formada por pessoas que têm CPF e fazem uma locação de seus ônibus. Como a gente vai conduzir esse processo? Como de 1200 ônibus, tem praticamente mil dentro deste cenário, vamos dialogar. O que a gente não pode é interromper o transporte. Se houver uma nova empresa, vamos tentar que estes ônibus sejam absorvidos. Tentar fazer com que não prejudique transportes e meu foco principal, não faltar transportes”

28 de janeiro de 2025: Ao Diário do Transporte, a SPTrans (São Paulo Transporte), que gerencia o sistema de ônibus na cidade de São Paulo, confirmou EM 28 de janeiro de 2025, que foi iniciada a análise das defesas que as diretorias da Transwolff, que atua na zona Sul, e da UPBus, da zona Leste, entregaram nos processos de caducidade (rompimento) dos contratos de operação.

O prefeito Ricardo Nunes voltou a falar, no mesmo dia, sobre a possibilidade de nesta semana ainda já anunciar o possível descredenciamento das duas companhias.

Nunes disse ainda que os serviços à população não serão interrompidos e que a gestão está atenta à movimentação de “pessoas inescrupulosas” que podem tentar tumultuar o procedimento e a transição.

“A gente sabe como, às vezes, algumas pessoas inescrupulosas agem e nós vamos estar muito atentos se houver alguma tentativa de alguém que queira fazer com que o transporte municipal aqui na cidade de São Paulo sofra algum problema, para que a gente possa agir rapidamente junto com aquilo que é necessário, de fazer as ações, para poder reestabelecer rapidamente, aliás nem para reestabelecer, para poder fazer com que não ocorram os problemas. O foco agora, nesse momento mais delicado, é de manter uma atenção especial para que não tenha descontinuidade do transporte na cidade, em especial com essas duas empresas” disse Nunes.

A administração confirmou ainda ao Diário do Transporte, em nota, que analisa as reivindicações de membros da Cooperam (Cooperativa dos Trabalhadores Autônomos em Transporte de São Paulo) apresentadas nesta segunda-feira (27). A CooperPam deu origem à Transwolff. Parte da frota atual pertence diretamente à empresa, como os ônibus maiores e os elétricos, e a maioria é de ex-cooperados que se tornaram sócios e atuam, principalmente com os coletivos de menor porte.

A Prefeitura de São Paulo, por meio da SPTrans, informa que as concessionárias UPBus e Transwolff apresentaram defesa dentro do prazo estipulado. As equipes técnicas analisarão os materiais para decidir sobre a continuidade do processo de caducidade iniciado em dezembro de 2024. Nesta segunda-feira (27/01), a Secretaria de Mobilidade Urbana e Transportes (SMT) recebeu representantes da Cooperativa dos Trabalhadores Autônomos em Transporte de São Paulo (CooperPam) que fizeram considerações sobre a prestação do serviço. A gestão municipal reafirma o compromisso com a qualidade do atendimento aos passageiros e a preservação dos empregos dos funcionários. – diz a nota.

29 de janeiro de 2025:

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Mobilidade Urbana e Transporte (SMT), da SPTrans e dos interventores, informou na tarde desta quarta-feira, 29 de janeiro de 2025, que decidiu subsituir definitivamente a Transwolff e UPBus, empresas suspeitas de ligação com a facção criminosa PCC. O DIÁRIO DO TRANSPORTE TROUXE A INFORMAÇÃO EM PRIMEIRA MÃO.

Segundo a prefeitura, as defesas apresentadas pelas concessionárias Transwolff e UPBus não foram acolhidas, o que ensejará na substituição dessas empresas no sistema de transporte público da cidade de São Paulo”. A contratação deve ser feita por meio de licitação. O procedimento ainda será definido com a formalização de todos os trâmites. Não há rompimento dos contratos. As empresas serão substituídas respeitando o contrato em vigor. – diz

A Prefeitura esclareceu ainda que permanecerão as intervenções já em curso nas concessionárias.

Dessa forma, estão garantidos os serviços prestados à população, bem como os pagamentos dos funcionários e fornecedores. A equipe técnica e jurídica dará prosseguimento à substituição da Transwolff e da UPBus, apresentando providências necessárias à manutenção do atendimento integral da população. – diz a nota.

A Transwolff tem cerca de 100 linhas na zona Sul, 1206 ônibus e é a terceira maior frota da cidade É originária da cooperativa CooperPam. A UpBus, empresa da zona Leste tem 13 linhas e 159 ônibus, chegou a se chamar Qualibus, e é originária da garagem 2 da Associação Paulistana.

Ambas companhias estão sob intervenção desde 09 de abril de 2024, quando foram alvos da Operação Fim da Linha, do Ministério Público de São Paulo, que investiga suposta ligação dos diretores com o PCC (Primeiro Comando da Capital), facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios. A prefeitura não faz a análise do ponto de vista criminal, mas administrativo e operacional e relatórios elaborados pelas equipes da SPTrans e de uma verificadora externa independente mostraram, segundo a prefeitura, graves sinais de inviabilidade da manutenção destas duas viações no sistema.

Em nota, a Transwolff diz que vai contestar a decisão judicialmente A Transwolff recebe com indignação a decisão arbitrária da Prefeitura de São Paulo de decretar a caducidade de seus contratos públicos, medida tomada em total descompromisso com os princípios fundamentais do Direito.

Mesmo sem nenhuma comprovação da existência de qualquer vínculo da empresa e de seus dirigentes com organizações criminosas no processo judicial sigiloso em curso, a Prefeitura instaurou um procedimento administrativo repleto de inconstitucionalidades e desprovido de qualquer fundamento jurídico, utilizado como pretexto para justificar uma decisão administrativa injusta e ilegal.

Confiamos na Justiça e no Estado Democrático de Direito. A decisão ilegal da Prefeitura será contestada judicialmente. Confia-se no Poder Judiciário para restabelecer a legalidade e verdade dos fatos.

NUNES CONFIRMA INFORMAÇÕES DO DIÁRIO DO TRANSPORTE

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, disse na manhã desta quinta-feira, 30 de janeiro de 2025, que as empresas de ônibus que já atuam na cidade devem primeiro ter oportunidade de se manifestar se querem ficar com as linhas até então operadas pela Transwolff, na zona Sul, e UPBus, na zona Leste. A declaração vai justamente na linha dos bastidores que foram divulgados pelo Diário do Transporte bem antes, no início da manhã. Relembre:

Como tinha adiantado o Diário do Transporte, o prefeito disse que primeiro será dada oportunidade para as viações que já operam as outras linhas se manifestarem. Isso é previsto nos contratos do sistema de ônibus municipais geridos pela SPTrans (São Paulo Transporte). Somente depois, se não houver interesse, empresas de outros sistemas de transportes também podem tentar as linhas.

“Para seguir todo o trâmite com relação à defesa das empresas, agora a gente faz um processo seguindo toda a legislação e o que foi feito: Qual é?: De que as empresas que operam o sistema possam se manifestar sobre o interesse de assumir esses ônibus da Transwolff e UpBus. Se houver interesse, e a gente vai fazer uma análise sobre a capacidade financeira e técnica para assumir, é uma possibilidade. Uma vez ofertado a eles [as empresas que já operam o sistema] e não havendo interesse, ai a gente abre a licitação para abrir para outras empresas de qualquer lugar do Brasil virem assumir essas linhas.” – disse Nunes.

EMPRESAS – PERUEIROS E DIVISÃO DE LINHAS:

O Diário do Transporte já havia mostrado que entre os cenários possíveis está a possibilidade de haver uma espécie de reorganização e nova divisão das mais de 120 linhas destas duas empresas que atendem a quase 700 mil passageiros por dia em 1300 coletivos.

As maiores preocupações são em relação a Transwolff. Tanto pelo tamanho da frota (mais de 1200 ônibus e de 100 linhas) quanto pelas caraterísticas não uniformes da operação

Há um braço formado pelos “ex perueiros” da CooperPam, que engloba entre 800 e 900 ônibus e representa as linhas mais periféricas. A prefeitura estuda uma maneira de manter os coletivos deste grupo prestando serviços.

Há também as operações com ônibus maiores em linhas que, apesar de serem de distribuição local, têm características de articulação regional. Estas linhas podem despertar interesse de viações que operam nas mesmas regiões.

A Transwolff opera as áreas 6 (Sul – Azul Claro) e 7 (Sudoeste – Vinho), que têm os seguintes atendimentos:

Área 6 – Sul – Azul Claro: Viação Grajaú, Mobibrasil (ônibus maiores) e A2 (local).

Área 7 – Sudoeste – Vinho (Bordô): Viação Campo Belo, Viação Metrópole Paulista, Gatusa, e KBPX (ônibus maiores) e Transcap (local).

Já a UPBus opera a área 3.

Área 3 – Nordeste – Amarela: Viação Metrópole Paulista (ônibus maiores) e Transunião (local).

Não significa que necessariamente as linhas devem ser assumidas apenas pelas viações que já atuam nas áreas operacionais. Empresas que já prestam serviços na cidade, mas em outras áreas, também poderão se apresentar como interessadas no processo aberto pela prefeitura.

11 de fevereiro de 2025: O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e o secretário de mobilidade e transportes, Celso Caldeira, revelaram,  que, além de empresas da capital paulista, companhias de ônibus que atuam foram da cidade, mas dentro do Estado de São Paulo, estão no páreo para assumirem as linhas atualmente operadas pela Transwolff, na zona Sul, e UPBus, zona Leste. Ambas empresas, cujas diretorias são suspeitas de ligação com a fação criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), serão substituídas. A intenção era de que até dia 28 houvesse a definição da forma de troca.

As declarações deste dia 11 de fevereiro de 2025, confirmam matéria do Diário do Transporte de 30 de janeiro de 2025, que já adiantava que a preferência é de viações que já atuam no sistema SPTrans (São Paulo Transporte), mas que surpresas poderiam surgir.

Relembre:

Também em 11 de fevereiro de 2025, um grupo de cerca de 300 proprietários de ônibus e micro-ônibus que operam nas linhas sob responsabilidade da Transwolff, na zona Sul de São Paulo, entregou um abaixo assinado à prefeitura da capital paulista demonstrando interesse na contratação direta pela administração municipal para continuarem os serviços.

O documento é assinado por donos de veículos que formavam a CooperPam, cooperativa que deu origem às operações da Transwolff no sistema de transportes da cidade de São Paulo.

Apesar de ser formalmente uma empresa, com mais de 1,2 mil coletivos e reunindo a terceira maior frota da cidade, parte da Transwolff ainda com características semelhantes a uma cooperativa. Cerca de 400 veículos, como os ônibus maiores e os elétricos, integram a propriedade de diretores que são investigados, entre os quais, Luiz Carlos Efigênio Pacheco, o Pandora, um dos presos pela operação do Ministério Público, que depois foi solto para responder em liberdade.

Mas em torno de 800 ônibus, os de menor porte, são destes proprietários.

Estes donos de ônibus formalmente atuam como contratados da Transwolff e continuam na mesma posição desde a intervenção pela prefeitura.

O advogado Rogério Dias Avelar, que representa o grupo de 300 proprietários que entregou o documento manifestando interesse na contratação direta pela prefeitura, diz que na visão destes donos de ônibus, bastando a prefeitura organizar o procedimento, estão prontos para continuar operando e se comprometem até a melhorar os serviços.

19 de fevereiro de 2025: A prefeitura de São Paulo negou em 19 de fevereiro de 2025, os últimos recursos administrativos possíveis das defesas da Transwolff e da UpBus no processo de rompimento de contratos com as duas companhias de ônibus, cujas diretorias são suspeitas de ligação com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). O Diário do Transporte trouxe a notícia em primeira mão, com documentos, ainda no dia 19. Com isso, foi dado mais um passo para a contratação de outras viações no lugar.

20 de fevereiro de 2025: Nesta quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025, o Diário do Transporte traz com exclusividade os documentos com os pareceres na íntegra assinados pelos procuradores do município responsáveis pelos processos, César Santos Borlina e Rodrigo Vieira Farias.

Para recomendar a transferência dos contratos da Transwolff e UPBus para outras companhias, antes de uma eventual caducidade (anulação) das contratações, os procuradores que integram a área jurídica da prefeitura, citam as dificuldades para conseguir nova frota (juntas, as empresas somam mais de 1,3 mil, sendo 1,2 mil somente da Transwolff), instalações, equipamentos e contratação de mão de obra. Os ônibus não são bem reversíveis ao poder público, por exemplo. Assim, eventuais indenizações que seriam cobradas pela Transwolff e UPBus e investimentos para a compra de outros ônibus representariam, além de um movimento complexo, um custo muito alto para os cofres do município e ainda um desestímulo para outras empresas assumirem.

Os procuradores ainda citaram o caso específico da Transwolff, cuja dificuldade maior seria a realocação de frota e mão de obra referentes a 714 ônibus que são operados por terceiros. Estes veículos representam o patrimônio de integrantes da CooperPam, iniciada por “ex-perueiros clandestinos” que, na gestão da prefeita Marta Suplicy e do secretário de transportes, Jilmar Tatto, foram legalizados na licitação de 2001/2002, formando cooperativas de transportes: Especificamente no caso da concessionária Transwolff, há indicativo nos autos de que 714 (setecentos e quatorze) veículos utilizados para a prestação do serviço de transporte são de propriedade de terceiros, tornando ainda mais dificultosa a operacionalização de eventual requisição. diz o trecho do parecer ao qual o Diário do Transporte teve acesso.

No parecer, os procuradores dizem que a caducidade, o que depois levaria a uma licitação, por exemplo, não seria a alternativa mais viável. Por isso, a defesa que a Transwolff e UPBUs sejam sim retiradas do sistema, mas substituídas, isto é, que os seus contratos sejam assumidos por outras empresas. A Procuradoria do Município dá as recomendações. Quem decide mesmo é o prefeito. Ou seja, Ricardo Nunes não é obrigado a seguir, porém, neste processo, até para respeitar todas as tecnicidades e complexidades, tem observado todos os pareceres de áreas técnicas, sejam ligadas à jurídica, financeira e operacional.

Sem prejuízo, em nome do mesmo princípio, afigura-se alternativa à declaração pura e simples de caducidade, qual seja, a transferência da concessão. Com previsão no art. 16 da Lei Municipal nº 13.241/2001 e art. 27 da Lei Federal nº 8.987/1995, a transferência da concessão é uma espécie de cessão da posição contratual, em que a concessionária transfere sua posição no polo do contrato de concessão para outra pessoa jurídica, que demonstre atender às exigências de capacidade técnica, idoneidade financeira e regularidade jurídica e fiscal necessárias à assunção do serviço.

 Tal proposta encontra guarida também no art. 21, Parágrafo Único, da LINDB, segundo o qual a decretação de invalidade de contrato administrativo deve indicar as condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais. Em que pese a referência textual à declaração de invalidade, é possível estender sua aplicação ao caso em exame, diante do evidente interesse público na manutenção da adequada prestação do serviço de transporte intramunicipal via ônibus.

 Afinal, ainda que viável a ocupação temporária das instalações e a utilização de bens reversíveis, nos moldes do art. 35, § 3º, da Lei Federal nº 8.987/1995, dada a magnitude do serviço prestado, é evidente que a prestação do serviço poderá ser prejudicada, com efeitos deletérios para a coletividade.

 Destaque-se que os veículos, a garagem e frota de ônibus não são considerados bens reversíveis pelo art. 17, § 4º, I, da Lei Municipal nº 13.241/2001, o que faria com que sua utilização no período compreendido entre a declaração de caducidade e o ingresso de novo prestador de serviço, quer via contratação emergencial, quer via nova concessão, dependesse de requisição administrativa, medida drástica e difícil execução prática pelo poder concedente.

 A título de exemplo, seria necessária a contratação de motoristas, pagamento a fornecedores, com imprescindível disponibilidade imediata de caixa, gestão da empresa, enfim, diversas providências se afigurariam necessárias para que o Município, de forma direta, preservasse a prestação do serviço.

 Especificamente no caso da concessionária Transwolff, há indicativo nos autos de que 714 (setecentos e quatorze) veículos utilizados para a prestação do serviço de transporte são de propriedade de terceiros, tornando ainda mais dificultosa a operacionalização de eventual requisição.

Em primeira mão, o Diário do Transporte noticiou que o prefeito Ricardo Nunes, após manifestações de interesse apresentada pela Sancetur, empresa ligada a família Cheddid, que atua no transporte de passageiros em parte do interior paulista, e da Alfa RodoBus, que já atua na cidade de São Paulo, aprovou a entrada destas companhias no lugar, respectivamente, da Transwolff, na zona Sul, e da UPBus, na zona Leste. A transição foi prevista para iniciar em 15 de março de 2025.

QUE EMPRESAS SÃO ESSAS QUE ASSUMEM?

Conforme o Diário do Transporte noticiou em primeira mão, no dia 28 de fevereiro de 2025, o prefeito Ricardo Nunes anunciou que não manteria mais as duas companhias no sistema de transportes da cidade e que, a partir de 15 de março de 2025, iniciaria o processo de substituição de viações. A Sancetur, da família Chedid, foi anunciada para assumir as linhas referentes à operação da Transwolff, na zona Sul; e a Alfa Rodobus, que já atua na cidade, prestaria os serviços no lugar da UPBus, na zona Leste. A Transwolff possui 1.206 ônibus, opera em 133 linhas e transporta 590 mil passageiros por dia. Já a UPBus responde por uma frota de 159 coletivos, 13 linhas e atende a 70 mil passageiros por dia.

Relembre:

SANCETUR: A Sancetur – Santa Cecília Turismo LTDA atende a diversas cidades com a marca SOU Transportes (SOU – Sistema de Ônibus Urbano. Pertence à família Chedid, considerada forte em transportes de passageiros, no interior paulista e em parte do litoral. Fundada em 1922, a Sancetur atua no setor de transportes desde 1952. A empresa possui uma frota de 2.050 ônibus, com um total de 4.200 funcionários. Atualmente, a Sancetur opera em 21 sistemas paulistas. Entre os municípios onde presta serviços estão Valinhos, Indaiatuba, Americana, Presidente Prudente, Limeira, São José dos Campos, São Carlos, Salto, Mogi-Guaçu, Jarinu, Rio Claro, São Vicente, São Sebastião, Peruíbe, Caraguatatuba, Cubatão, Itanhaém.

ALFA RODOBUS: Já atua na cidade de São Paulo, no chamado lote D-13 (local de distribuição), da zona Oeste da capital paulista. Teve origem na cooperativa Cooperalfa. Antes de assumir a UPBus, a frota é de 148 ônibus que atendem a 90,3 mil passageiros por dia. Segundo a SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora do sistema da cidade, a Alfa Rodobus foi a melhor colocada do grupo Local de Distribuição no Índice de Qualidade do Transporte (IQT) da autarquia.

EMPRESAS QUE SAEM:

TRANSWOLFF: A Transwolff possui 1.206 ônibus, a terceira maior frota da cidade ficando apenas atrás da Metrópole Paulista e da Sambaíba. É originária da cooperativa CooperPam. Tinha a responsabilidade de operar 133 linhas com 590 mil passageiros que utilizam diariamente.

UPBUS: A UpBus, empresa da zona Leste transporta 70 mil passageiros por dia em 13 linhas e 159 ônibus, que chegou a se chamar Qualibus, originária da garagem 2 da Associação Paulistana.

03 de abril de 2025: O secretário de Mobilidade, Celso Jorge Caldeira, em evento de entrega de 115 ônibus elétricos no Anhembi, garantiu na ocasião (03 de abril de 2025) que em cerca de 90 dias, da data da declaração, a transição seria finalizada e que haveria a assinatura final da transferência de contratos da UPBus para a Alfa Rodobus e da Transwolff para a Sancetur., Caldeira ainda reiterou que os pagamentos a fornecedores, funcionários e prestadores de serviços estariam assegurados.

 ELETRIFICAÇÃO:

Outro aspecto é a eletrificação. A Transwolff é considerada empresa piloto para implantação e ampliação dos ônibus elétricos na cidade.

Todas as fabricantes de ônibus elétricos, ainda mais no início das operações, testavam seus modelos na Transwolff para homologação (na verdade, o termo correto é aprovação, mas homologação é muito usado no mercado) pela SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora do sistema.

Empresas ligadas a tecnologia e eletrificação que não atuam na operação direta dos ônibus da cidade de São Paulo, mas que têm experiência operacional, se interessam de perto pelo processo de substituição de companhias.

Entre as maiores fornecedoras de ônibus elétricos estão a chinesa BYD e a brasileira Eletra, de São Bernardo do Campo, do Grupo ABC, cujos sócios atuam na operação de linhas de transporte há mais de 100 anos e prestam serviços metropolitanos gerenciados pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), pela NEXT Mobilidade, ligando o ABC à Capital, e municipais em São Bernardo do Campo, pela BR 7 Mobilidade.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes



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