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Uma edição com raridades inéditas nacionais e internacionais


Além de clássicos de ônibus brasileiros, e o exemplar único na história dos transportes do Brasil, o Amélia protótipo do projeto Padron, evento trouxe modelos que são memória também  fora do País

ADAMO BAZANI (texto) Gustavo Bonfate (trabalho fotográfico)

Colaboraram Arthur Ferrari e Alexandre Pelegi

Que a BBF (BusBrasil Fest) hoje é um dos maiores eventos do Brasil que reúne apaixonados por transportes e modelos de ônibus antigos e modernos, não se tem mais dúvida.

Mas neste ano de 2025, em mais uma edição em Campinas, interior paulista, na Pedreira do Chapadão, (R. Dr. Alcídes Carvalho, s/n – Jardim Chapadão), a exposição ganhou uma cara internacional, com veículos fabricados em outros países, em diferentes épocas.

Raridades nacionais também deram o tom e trouxeram aos dias de hoje não somente um ar de nostalgia, mas como sempre a indústria de veículos de transportes coletivos procurou evoluir e, para isso, contou com a participação e colaboração das empresas de ônibus, muitas das quais não se limitavam a ser apenas operadoras de linhas, mas atuaram diretamente para o desenvolvimento de novos modelos.

Isso chamou bastante a atenção dos participantes que foram ao evento neste sábado, 14 de junho de 2025. Quem não conseguiu, tem ainda oportunidade neste domingo (15).

A entrada é dois quilos de alimento não perecível e, apesar de oficialmente, o evento ir até às 16h, para curtir tudo da melhor maneira, já que são dezenas de veículos, a recomendação é chegar até umas 14h.

Às 9h o acesso oficialmente é liberado, mas normalmente, os entusiastas chegam até mais cedo.

Sobre a constante busca da evolução da indústria brasileira diante das demandas de cada época, nesta edição da BBF, um exemplo claro é o ônibus articulado Scania B-111 S, carroceria Caio Padron Amélia, ano 1982.

O veículo integra as primeiras gerações de ônibus articulados brasileiros. O antecessor, considerado o número um entre os veículos deste porte, é de 1978, carroceria Caio também, mas modelo Gabriela sobre chassis Scania B-111.

Os ônibus articulados foram a resposta rápida das cidades parta atender a demandas de passageiros cada vez mais crescentes diante da aceleração da urbanização do País e dos baixos investimentos em redes metroferroviárias, defasadas até os dias de hoje.

A capacidade no Amélia exibido na BBF-2025 poderia chegar a 130 pessoas, com 47 sentadas e 83 em pé, um gigante para uma época em que os ônibus mais utilizados nas linhas urbanas não tinham uma lotação indicada muito superior a 50 pessoas entre sentadas e em pé.

Muito embora, com o espreme-espreme e os “pingentes” (diversos passageiros viajavam pendurados, agarrados às portas), os coletivos vivam lotados e, pequenos diante da demanda crescente, na prática, levavam muito mais gente que isso, só que quase sem segurança nenhuma e conforto era uma palavra impensada.

Este Amélia foi o único no Brasil. Não somente o único hoje preservado. É que não foi produzida nenhuma outra versão igual no País. Isso porque, foi um protótipo desenvolvido para a CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos), empresa pública da cidade de São Paulo.

Apesar de seus 18 metros, a unidade-protótipo criada para o projeto padron (uma padronização para os ônibus brasileiros) só tinha duas portas, diferentemente dos sucessores e aperfeiçoados que já contavam com três portas e outras configurações de bancos.

O ônibus, que chegou a fazer transportes escolares na cidade de Duartina, no interior paulista, quase ia ser desmanchado, até que foi “resgatado” pelo colecionador Carlos Alberto, de Mogi das Cruzes.

Ainda na busca pela evolução, a BBF deu um “salto na linha do tempo” e chegou aos dias de hoje, quando um dos desafios é oferecer um transporte mais limpo e sustentável.

E ampliar a gama de ônibus elétricos no mercado é o caminho.

Como já havia anunciado o Diário do Transporte, neste tema, foram apresentadas duas unidades de ônibus elétricos de piso alto, uma configuração que ainda não possui tantas opções no mercado nacional.

Relembre:

Uma é do tipo um midi carroceria Caio, chassi Volkswagen – Volksbus 17-230 ODS, com transformação Blu Electric, de 9,8 metros de comprimento.

A outra unidade é um convencional para carrocerias de 12,3 metros, capacidade para cerca de 80 passageiros, entre em pé e sentados.

INTERNACIONAIS E OS DESCENDENTES NACIONAIS:

Prevost Liberty Coach – modelo XL 40 Non Slide; (1985); Estacionamento Caieiras

Um dos destaques entre os modelos de outros países, é o ônibus transformado em motorhome de luxo der raiz canadense carroceria Prevost Liberty Coach – modelo XL 40 Non Slide, ano 1985, pertencente ao “Estacionamento Caieiras”.

O modelo já apareceu em vários filmes internacionais e faz muita gente lembrar de alguns títulos que eram comuns passarem na “Sessão da Tarde” na TV, por exemplo, fazendo muita gente por aqui recordar da infância e da adolescência nos anos de 1980, 1990 e um pouquinho do início dos 2000.

A imponência, as linhas “austeras e até agressivas” típicas dos robustos ônibus daquela época, chamaram a atenção dos visitantes da BBF.

O Prevost Liberty Coach XL 40 Non Slide, uma conversão de ônibus de luxo de um ônibus Prevost, tem suas raízes nos primeiros dias da parceria da Liberty Coach com a Prevost, no final da década de 1970. A Liberty Coach começou a converter carrocerias Prevost em 1978, com o primeiro Liberty Coach baseado na Prevost estreando em 1979. A série XL, incluindo os modelos de 12,19 metros, foi lançada pela Prevost em 1984, tornando-se a primeira a oferecer carrocerias de 2,59 metros de largura. A Liberty Coach focou em interiores luxuosos dentro dessas carrocerias, e o XL 40 Non Slide se tornou um modelo popular em sua linha.

A Prevost é uma fabricante canadense de ônibus de turismo e adaptações de ônibus para motorhomes de luxo e conversões especiais, pertencente ao Grupo Volvo. A empresa, fundada em 1924, é conhecida por produzir ônibus com foco em conforto, desempenho e tecnologia. A Prevost completou 100 anos em 2024 com estilo relembrando os principais modelos desde o início da atuação em forma de fotos e veículos restaurados.

A empresa foi fundada em Sainte Claire, no estado do Quebec, no Canadá.

Prevost Liberty Coach – modelo XL 40 Non Slide; (1985); Estacionamento Caieiras

Prevost Liberty Coach – modelo XL 40 Non Slide; (1985); Estacionamento Caieiras

Prevost Liberty Coach – modelo XL 40 Non Slide; (1985); Estacionamento Caieiras

Outro modelo internacional de ônibus exibido na BBF Campinas 2025, o GMC; PD-4104; (1958); também do Estacionamento Caieiras, foi conhecido por aqui como GMPD Coach norte-americano ou simplesmente “Morubixaba”. O modelo tem uma história afinada com o desenvolvimento dos transportes rodoviário brasileiros.

GMC; PD-4104; (1958); Estacionamento Caieiras

Ele deu origem a uma “lenda brasileira” dos ônibus: o Dinossauro (depois CMA-Flecha) da Viação Cometa.

Para se diferenciar no mercado e por não achar modelos nacionais a altura do ambicioso desejo de oferecer transporte rodoviário com requintes de aéreo, a Viação Cometa importou ônibus da General Motors dos Estados Unidos, em 1954, com foco inicial para a disputada e promissora rota São Paulo x Rio de Janeiro. Eram os GMPD Coachs que tinham ar-condicionado, bancos de couro, janelas com excelente visibilidade para passageiros e motoristas – itens nos quais a indústria brasileira engatinhava.

GMC; PD-4104; (1958); Estacionamento Caieiras

Mas devido a restrição às importações impostas pela política de incentivo à indústria nacional de Juscelino Kubitschek na metade dos anos 1950, trazer ônibus de fora era algo financeiramente e burocraticamente impraticável. A Cometa, no entanto, queria manter o padrão americano para se distanciar das concorrentes, em especial na lucrativa ligação Rio – São Paulo. A solução foi abrir parcerias com empresas nacionais.

A primeira delas, nos anos 60 foi com a encarroçadora Striulli, que obteve licença da GM dos Estados Unidos e fabricou veículos no padrão dos GMP Coach. Uma boa parte destes veículos era colocada sobre chassis Mercedes Benz. Apesar de a Cometa ter várias unidades deste modelo na época com o tempo o veículo apresentou problemas, assim como a saúde financeira da Striulli.

A história começa a mudar nos anos 70, inicialmente pela parceria entre a fabricante de carrocerias do Rio de Janeiro Ciferal. Primeiro, foi com o aperfeiçoamento de algumas versões dos modelos “Papo Amarelo” e o “Turbo Jumbo Líder”, já utilizados no mercado nacional, inclusive pela Cometa.

Até, depois com estudos e desenvolvimento em conjunto, nascer no Salão do Automóvel de 1972, o primeiro modelo exclusivo desta parceria, o Ciferal Dinossauro I, com todos os diferenciais que o GMC-PD “Morubixaba” trazia, só que com dimensões maiores e com algumas adaptações mais adequadas ao mercado brasileiro.

Quando em 1982, a Ciferal faliu, a própria Cometa decidiu continuar a saga. Fundou a CMA (Companhia Manufatureira Auxiliar), sua própria fábrica de carrocerias, e deu origem às gerações dos “Flechas Azuis”.

Relembre toda a história do modelo:

HISTÓRIA – Relembre os ônibus Dinossauros e Flechas: a evolução dos transportes

Obviamente que estes sucessores não puderam faltar à BBF-2025/Campinas.

Além do “mais vovô” de todos, um autêntico Ciferal Dinossauro 1979 e seus “irmãos” mais novos, CMAs Flechas Azuis, foram expostos.

Ciferal Dinossauro II 1979, Scania BR 116

Os modelos despertam tanta paixão que, além de serem conhecidos até por que não entende de ônibus, possuem até mesmo um clube de fãs.  É o CMA Brasil Club.

CMA Flecha Azul Ano 1998

CMA Flecha Azul Ano 1998

Ainda em relação aos internacionais, mas a exemplo dos nacionais, também dando pulo na linha do tempo, a eletrificação entrou em jogo novamente.

Foi exibido, de forma inédita para o público em geral, o modelo de fabricação chinesa com padrão de acabamento mais aprimorado Fencer. Com o opcional de cintos de segurança, sensores de parada em vez de botoeira, plásticos de qualidade superior, entre outros itens, o veículo de 12,9 metros de comprimento é destinado a linhas comuns, seletivas e serviços especiais, é do tipo padron, com piso baixo total (sem nenhum degrau), monobloco, pode receber portas à esquerda.

O Diário do Transporte noticiou que o ônibus seria apresentado no evento.

Relembre:

Ainda em relação aos internacionais, mas dando um pulo na linha do tempo, a eletrificação entrou em jogo.

Fencer, ano 2024

Fencer, ano 2024

Fencer, ano 2024

Foi exibido, de forma inédita para o público em geral, o modelo de fabricação chinesa com padrão de acabamento mais aprimorado Fencer. Com o opcional de cintos de segurança, sensores de parada em vez de botoeira, plásticos de qualidade superior, entre outros itens, o veículo de 12,9 metros de comprimento é destinado a linhas comuns, seletivas e serviços especiais, é do tipo padron, com piso baixo total (sem nenhum degrau), monobloco, pode receber portas à esquerda.

O Diário do Transporte noticiou que o ônibus seria apresentado no evento.

Relembre:

Aproveite e veja também esta memória viva dos transportes, com uma história de superação

Trabalhador em Transporte é exemplo de superação. Como uma renovação de frota de ônibus foi símbolo de uma renovação de vida: Wagner Carvalho da Silva

Diversas outras raridades de diferentes épocas também embalaram lembranças do público com mais tempo de estrada ou foram verdadeiras lições de história para os entusiastas mais novos.

Veja algumas delas:

Ciferal Flecha de Prata; Mercedes-Benz LPO-344/45; (1971); Viação Oliveira

Marcopolo II; Mercedes-Benz OF-1113/45; (1974); Ametistatur

Monobloco Mercedes-Benz O-362, 1975

Marcopolo II; Mercedes-Benz O-355 PL; (1978); Viação Oliveira

Ciferal Tocantins; Mercedes-Benz LPO-1113/45; (1979); Particular

Nielson Diplomata 2.60 Mercedes-Benz, 1982

Monobloco Mercedes-Benz Urbano O-365, ano 1988

Nielson Diplomata 330 Mercedes-Benz, 1989

 

Busscar Urbanuss Pluss; Mercedes-Benz O500M; (2009); Pádova Coletivos

 





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