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uma visita ao Centro de Inteligência e Segurança da Motiva


O Diário do Transporte esteve nesta quarta-feira (27) no CIS da Motiva, no pátio da Vila Sônia, localizado no extremo oeste da Linha 4-Amarela

ALEXANDRE PELEGI

O transporte metroferroviário, por sua característica de movimentar milhares de pessoas em espaços confinados, exige estratégias específicas de prevenção, monitoramento e reação a incidentes. Foi com esse objetivo que a ViaQuatro e a ViaMobilidade criaram o Centro de Inteligência e Segurança (CIS), estrutura dedicada a analisar dados, antecipar riscos e atuar em situações críticas, sobretudo em grandes eventos que impactam diretamente a operação.

Alexandre Pelegi, do Diário do Transporte, esteve nesta quarta-feira, 27 de agosto de 2025, no CIS da Motiva, concessionária que administra as linhas 4-Amarela e 5-Lilás, e que implantará a Linha 17-Ouro. Ele conversou com Ewerton Peres, coordenador do Centro, que explicou em detalhes o funcionamento do setor. “Nosso trabalho é atuar em diferentes níveis: preventivo, preditivo e reativo. O objetivo é sempre garantir maior conforto, mobilidade e segurança para os passageiros”, afirmou Peres.

Importância do GAI

Criado para dar suporte técnico e analítico, o CIS concentra diversas áreas que atuam de maneira integrada. Entre elas está o GAI – Grupo de Análise de Imagens, considerado um dos pilares da segurança e da eficiência operacional. “O GAI nos permite agir com precisão e rapidez, mas também com responsabilidade. A análise de imagens não apenas garante a segurança dos nossos clientes, como contribui diretamente para a melhoria contínua dos processos operacionais”, destacou Peres.

O GAI contempla também as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda (ViaMobilidade) dos trens metreopolitanos, com atuação estratégica e integrada.

Everton Peres lembrou que apenas em 2023 o CIS participou de 365 eventos, praticamente um por dia, incluindo grandes festivais e manifestações. “Nos grandes eventos posicionamos equipes no entorno das estações, controlamos o fluxo interno e reforçamos a segurança com apoio das forças policiais. O importante é impedir que uma ocorrência comprometa a operação, o que poderia paralisar toda a linha e colapsar o sistema”, explicou. Segundo ele, “o planejamento pode começar com até quatro meses de antecedência, dependendo do porte da ocorrência. Trabalhamos lado a lado com a Polícia Militar e secretarias municipais e estaduais para alinhar estratégias”.

Parque de câmeras

O uso da tecnologia é um dos diferenciais do trabalho. O CIS e o GAI contam com um parque de câmeras que cobre praticamente todos os ambientes das linhas sob concessão da Motiva. “Embora ainda não tenhamos reconhecimento facial, já utilizamos pontos de vídeo analítico que identificam intrusões em áreas críticas. Esse sistema gera alarmes automáticos para o Centro de Controle Operacional, permitindo que a resposta seja imediata”, explicou.

Outro recurso é o uso das câmeras corporais, as bodycams, adotadas em 2022. “Hoje temos 126 equipamentos na Linha 4-Amarela, 120 na Linha 5-Lilás e 256 nas Linhas 8 e 9. As bodycams são estratégicas porque ampliam nossa capacidade de registrar ocorrências em locais não cobertos por câmeras fixas. Elas captam também o áudio das situações, o que dá mais clareza aos procedimentos e oferece respaldo jurídico”, afirmou.

O coordenador lembrou ainda que o trabalho do GAI contribui diretamente para o atendimento das manifestações dos clientes. “Com o GAI, conseguimos padronizar e dar muito mais velocidade às respostas de ouvidoria. Hoje a análise é técnica, baseada em imagem e relatório cronológico, o que nos permite responder com assertividade dentro dos prazos”, destacou Peres.

Além de apoiar a segurança pública e a operação diária, o uso das imagens também cumpre papel essencial em questões trabalhistas. As análises servem de base para auditorias de segurança do trabalho, acompanhamento da conduta de colaboradores em estações e fornecimento de provas em casos de sindicâncias internas. “A imagem traz clareza sobre o que de fato aconteceu e permite rever procedimentos, corrigir falhas e até subsidiar demandas jurídicas”, explicou Peres.

Benefícios para o passageiro

Para o coordenador, o passageiro é quem mais sente os resultados. “O cliente ganha mobilidade, conforto e segurança. Ao analisar estatísticas de ocorrências, conseguimos posicionar melhor nossas equipes, aumentar a percepção de segurança e melhorar o fluxo nas estações”, disse. Os números confirmam: as concessionárias alcançaram mais de 92,2% de satisfação em pesquisas recentes. “Esse é o indicador mais importante, porque traduz a percepção direta do usuário. Muitas vezes ele não consegue explicar o motivo, mas sente que naquela linha há mais segurança e confiabilidade”, avaliou.

Coração da operação

A visita mostrou que o CIS funciona como o coração da operação. Com relatórios, estatísticas e dados em tempo real, o centro permite que todas as demais áreas da concessionária atuem com maior eficiência. Sem informação, se trabalha no escuro. O CIS e o GAI são guias fundamentais nos caminhos da operação, dando previsibilidade e rapidez de resposta. É disso que depende a segurança e a confiabilidade de um sistema metroferroviário.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes



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