Publicado em: 18 de dezembro de 2025

Total de empréstimo, na ordem de R$ 2,5 bilhões para a capital paulista contempla cerca de 1,3 mil coletivos, todos de fabricação nacional, o que para diretora do banco é o mais importante
ADAMO BAZANI
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) já liberou para a cidade de São Paulo recursos efetivamente usados para a compra de 494 ônibus elétricos a bateria, dos 960 deste tipo de veículo que rodam no município.
O dado foi revelado nesta quarta-feira, 17 de dezembro de 2025, pela diretora de Infraestrutura e Mudança Climática da instituição, Luciana Costa, em evento de entrega de mais 140 unidades, ao qual o repórter Adamo Bazani, editor-chefe do Diário do Transporte, esteve em cobertura presencial a convite da prefeitura.
Dos 140 coletivos apresentados no evento, 96 vieram foram adquiridos por meio de financiamentos do BNDES.
Na ocasião, Luciana Costa ressaltou a importância de os ônibus financiados serem de fabricação nacional.
Para Luciana, a aquisição de ônibus elétricos brasileiros não somente traz vantagens ambientais, como também econômicas e sociais, uma vez que geram empregos, renda e recursos para a própria população no País e os cofres públicos.
O total de empréstimo, na ordem de R$ 2,5 bilhões para a capital paulista contempla cerca de 1,3 mil coletivos, mas ainda nem toda verba foi empenhada.
No evento, o prefeito Ricardo Nunes lembrou que a cidade, entre diferentes instituições de fomento nacionais e internacionais, obteve créditos de R$ 6,5 bilhões.
“Luciana, fique tranquila. Vamos pagar direitinho, assim como todas as outras linhas de financiamentos que a prefeitura conseguiu para demais investimentos” , disse Nunes ao enfatizar que os cofres do município hoje possuem saúde financeira para honrar os compromissos já assinados e firmar novos.
O prefeito classificou como referência o modelo de financiamento de ônibus elétricos na cidade de São Paulo, pelo qual enquanto as empresas pagam o valor correspondente a um ônibus a diesel, a prefeitura cobre a diferença para o valor do elétrico. Praticamente, enquanto as viações desembolsam 1/3 do ônibus elétrico, a prefeitura banca o dobro deste valor, isso porque, em média, um modelo a eletricidade custa 3 vezes mais.
Na ponta do lápis, ao longo da vida útil dos veículos elétricos, que é de 15 anos em vez de 10 como no diesel, a prefeitura diz que financeiramente é mais vantajoso ter modelos nacionais a eletricidade.
Isso porque, se o custo de aquisição é 3 vezes maior, o de manutenção é 5 vezes menor
Pelo cálculo da gestão, por mês um ônibus a diesel tem manutenção estimada de R$ 25 mil enquanto os elétricos chegam a R$ 5 mil.
A isso se somam as externalidades, como a redução dos custos com saúde pública hoje por causa da poluição atmosférica e sonora.
Segundo o BNDES, 2 mil ônibus elétricos para o transporte público representam potencial de redução de emissões de 122 mil toneladas de CO² ao ano.
A vantagem de serem nacionais é que há mais linhas de financiamentos e garantias para as operações.
A cidade de São Paulo possui ao todo 13 mil ônibus, dos quais 1149 são elétricos, sendo 960 a bateria e 189 trólebus.
A meta era de que 2,6 mil coletivos elétricos, sendo 2,4 mil a bateria, estivessem operando até dezembro de 2024.
Mas o índice não foi alcançado, segundo Nunes, principalmente porque a ENEL não fez a ligação para as garagens e nem aumentou a potência da rede distribuição.
Este fator estará no pedido de caducidade do contrato da distribuidora em São Paulo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) feito em conjunto pela prefeitura, Estado e Governo Federal, como disse Nunes ao responder pergunta de Adamo Bazani.
Veja vídeo neste link
ENTREVISTA: Nunes diz que atraso na eletrificação de ônibus em São Paulo vai entrar no processo de rompimento com a ENEL
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes


