Publicado em: 4 de dezembro de 2025

Em seguida, surgem padrons Mercedes-Benz e BYD. Dado é da associação que reúne indústria do setor. Em relação a veículos leves, Brasília superou São Paulo em emplacamentos
ADAMO BAZANI
As vendas de ônibus elétricos no mercado brasileiro acumulam entre janeiro e novembro de 2025 alta de 136,4% entre janeiro e novembro de 2025 e semelhante período de 2024, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira, 03 de dezembro de 2025, pela ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), que reúne as fabricantes do setor.
Segundo a entidade, enquanto que em 2024, de janeiro a novembro foram emplacados 280 coletivos elétricos, em 2025, foram 662.
Somente em novembro de 2025, o mercado brasileiro emplacou 26 ônibus elétricos, com uma queda de 70% sobre o mês anterior (87 unidades) e um aumento de 23,8% sobre novembro de 2024 (21 coletivos).
Dos 26 ônibus elétricos de novembro, 25 deles foram emplacados em São Paulo (SP) e um em Aracaju (SE), ainda de acordo com a ABVE.
São Paulo continua liderando a frota do País de ônibus elétricos historicamente no Brasil.
Contando o período entre 2021 e novembro de 2025, foram 1056 ônibus elétricos emplacados no Brasil, dos quais, 844 na cidade de São Paulo, que desde 17 de outubro de 2022 proíbe a compra de ônibus a diesel. Considerando os 189 trólebus registrados no sistema paulistano, a frota passou de mil unidades. Os números poderiam ser melhores, caso não ocorressem entraves ligados a infraestrutura na rede de distribuição e ligação para as garagens, impedindo, inclusive que a prefeitura atingisse em dezembro de 2024 a meta de 2,6 mil coletivos elétricos, considerando também, 189 trólebus. A frota total de ônibus municipais gerenciados pela SPTrans (São Paulo Transporte), na capital paulista, é de quase 13 mil ônibus. Como desde outubro de 2022, as empresas de ônibus não podem mais comprar unidades a diesel e os entraves da infraestrutura impediram o avanço da frota de elétricos como o planejado, os coletivos estão envelhecendo de uma maneira geral e a prefeitura permitiu com que a idade máxima dos ônibus a diesel permitida fosse estendida de 10 anos para 13 anos.
Em relação a modelos, entre 2021 e novembro de 2025, o mais vendido é o ônibus elétrico de produção nacional Eletra/Scania/Caio/WEG de 15 metros e três eixos.
De todas as opções comercializadas no mercado brasileiro, o modelo responde por 237 unidades. Em seguida surgem o Mercedes-Benz padron de dois eixos e500U-Caio e o BYD-Caio padron de dois eixos, com 177 unidades, cada.
Somando todos os modelos de cada marca, os veículos com tecnologia Eletra lideram com 63% do mercado nacional.
No painel “Descarbonização nos Modos de Transporte” na Estação do Desenvolvimento, espaço do Sistema Transporte da CNT (Confederação Nacional do Transporte), na Green Zone (área de livre acesso) da COP30, a Conferência de Mudanças Climáticas da ONU (Organização das Nações Unidas), em 14 de novembro de 2025, a presidente da Eletra, Milena, revelou que a marca já tem mais de 650 unidades encomendadas, a maioria para São Paulo.
A empresária ainda disse que acredita que, ao longo de 2026, a capital paulista terá a maior frota de ônibus elétricos da América Latina, ultrapassando Santiago e Bogotá.
Relembre:
No acumulado do ano de 2025, entre janeiro e novembro de 2025, o modelo mais vendido, de acordo com a ABVE e o BYD padron de 12 eixos com carroceria Caio, com 133 unidades, seguido do Mercedes-Benz eO500 U carroceria Caio, com 115; e o Marcopolo Attivi com chassis Mercedes-Benz eO500 U, totalizando 97 ônibus. Assim, considerando somente o chassi e a tecnologia, o eO500 U lidera no ano com 212 veículos.
LEVES:
A ABVE diz que pela primeira vez desde o início da série histórica, em 2012, São Paulo deixou de ser a cidade líder de vendas de veículos de eletrificados leves no Brasil. Foi ultrapassada por Brasília, que emplacou 2.413 unidades em novembro – 14 a mais do que os 2.399 da capital paulista.
O crescimento da eletrificação na capital federal parece estar diretamente ligado ao forte apelo dos veículos elétricos plug-in (BEV e PHEV) entre os consumidores locais. Dos 2.413 emplacamentos de eletrificados de Brasília em novembro, nada menos do que 2.109 (87,4%) são modelos com recarga externa.
Os eletrificados também responderam por 35% do total de vendas de veículos leves comercializados em novembro em Brasília (6.977). É a maior participação entre todos os estados brasileiros.
“Com Brasília assumindo a liderança nacional, o mapa da eletromobilidade no Brasil ganha novos contornos e aponta para um 2026 de maior diversidade geográfica nas vendas. A consolidação desse movimento pode redefinir estratégias de fabricantes, distribuidores e gestores públicos, evidenciando que a transição para veículos de baixa emissão é um fenômeno que avança com força em todo o país”. – diz a associação em nota.
SÉRIE HISTÓRICA:


Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes


