Publicado em: 14 de dezembro de 2024
Pelas imagens, é possível perceber que tombamento foi bem na curva. Ônibus chega a entrar na via por onde seguiria, mas neste momento, começa a inclinar para a esquerda e tombar
ADAMO BAZANI
Colaboraram Yuri Sena e Alexandre Pelegi
O Diário do Transporte obteve neste sábado, 14 de dezembro de 2024, as imagens de um circuito de segurança que mostram o exato momento em que um ônibus elétrico tombou nas imediações da Praça João Mendes, no centro da capital paulista.
O acidente ocorreu na tarde de quinta-feira (12) e deixou três vítimas sem gravidade: o motorista, o cobrador e uma passageira grávida. O veículo pegou fogo em seguida e itens de segurança evitaram que chamas se alastrassem. Segundo dados preliminares da perícia, o atrito entre as baterias e um poste de semáforo teria provocado o incêndio. Parte do poste ficou encravada entre as baterias.
As imagens foram feitas por câmeras do circuito de um estabelecimento comercial do outro lado e estão um pouco distantes, mas podem ajudar no esclarecimento de algumas dúvidas que ainda existem em relação a dinâmica do acidente.
Pela gravação é possível perceber que o veículo realmente tomba bem no momento em que está fazendo a curva.
O ônibus chega a entrar na via por onde seguiria, mas neste momento, começa a inclinar para a esquerda e tombar. O vídeo é cortado.
Pelas imagens, aparentemente o ônibus faz a curva numa velocidade maior que a dos outros coletivos que haviam passado antes. Não é possível concluir, claramente, pelo vídeo se houve tentativa de frenagem.
No dia do acidente, aos Bombeiros, o motorista disse que havia passado mal. A versão é investigada pela Polícia Civil.
A perícia verifica ainda o tacógrafo do ônibus, equipamento que registra o histórico de velocidade e filmagens.
Moradores, comerciantes e pedestres gravaram o momento do incêndio.
As chamas impressionaram, mas foram contidas rapidamente.
*A Polícia Civil informou que a perícia deve ser concluída em aproximadamente 30 dias, podendo ser prorrogada por igual período. De acordo com os peritos, acidentes deste tipo podem ocorrer por uma conjunção de fatores e não um único motivo. A análise preliminar mostra boas condições da estrutura do veículo e da conservação, assim como configuração segura. Entretanto, a forma da condutividade está em análise prioritária*
Em um manifesto nesta sexta-feira (13), a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) reiterou que veículos a bateria são seguros, que o sistema de contenção a chamas funcionou e que um incêndio num modelo a diesel poderia se alastrar mais rapidamente como tem ocorrido em ônibus a combustão urbanos e rodoviários.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes