A logística para o Mundial de Clubes fez com que Botafogo e Flamengo ficassem em lados bem opostos nos Estados Unidos.
No entanto, a escolha das bases dos rivais cariocas para a competição traz um contraste que salta aos olhos: enquanto o Glorioso está em um resort paradisíaco às margens do Oceano Pacífico, o Rubro-Negro fica em um hotel dentro de uma cidade que definha ao longo dos anos no lado Atlântico.
O Botafogo escolheu Santa Barbara, na Califórnia, para ser o seu QG nesta primeira fase. Uma das mais belas cidades da costa Oeste vive grande momento com taxa de desemprego de 2,9% e uma renda per capita anual de US$ 49.185 (um pouco mais de R$ 272,3 mil).
Por outro lado, a casa do Flamengo sofre: Atlantic City não vingou como a “Las Vegas da costa Leste” e vive uma forte decadência desde o início do século XXI. Hoje, a taxa de desemprego da população está em 9,1% e a renda per capita anual não chega a US$ 25 mil (US$ 24.824 mais precisamente, em torno de R$ 137,5 mil), quase metade de Santa Barbara.
Vistas bem distintas para quem sonha com o sucesso no Mundial de Clubes.
A ostentação
Praias, montanhas, piscinas, ruas repletas de árvores floridas, turistas, hotéis cheios…
Uma cidade perfeita para iniciar o verão.
É assim que Santa Barbara, na Califórnia, se apresenta nesta segunda semana de junho, às portas da estação mais quente do ano.
E é neste cenário paradisíaco que o Botafogo faz sua preparação para a estreia no Mundial de Clubes, no próximo domingo, contra o Seattle Sounders no Lumen Field às 23h de Brasília, 19h no horário local.
Distante duas horas de carro de Los Angeles – onde o Glorioso fará os dois outros jogos do grupo B contra PSG e Atlético de Madrid no Rose Bowl -, Santa Barbara não pensa em futebol.
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Torneio tem início neste sábado (14)
Nada mudou na rotina da cidade pela presença do time brasileiro, no máximo quando a delegação se desloca rumo ao Westmont College para fazer os treinamentos – o ônibus é escoltado por um carro e duas motos da polícia local no trajeto de 30 minutos.
O próprio Botafogo, por sinal, escolheu um local para lá de paradisíaco para se hospedar durante esta primeira fase: o hotel Ritz-Carlton Bacara está à beira de uma montanha com vista espetacular para o Oceano Pacífico. Ali, os carros de grife param em profusão com famílias, casais e amigos prontos para aproveitarem os dias que antecedem o verão.
A diária mais barata nesta concorrida época está na casa dos R$ 5,4 mil, e até champanhe na porta te espera para as boas-vindas.
A decadência
A “ostentação” da minitemporada botafoguense na Califórnia contrasta com a menos badalada concentração que o Flamengo terá na outra costa dos EUA.
O Rubro-Negro escolheu o Sheraton Atlantic City Convention Center Hotel para ser sua sede durante o Mundial de Clubes. Atlantic City fica no estado de Nova Jérsei, próximo à Filadélfia, onde o Fla atuará contra Espérance e Chelsea nas duas primeiras rodadas do grupo D.
A cidade era para ser a “Las Vegas” da Costa Leste com seus cassinos e hotéis luxuosos, ainda com o “plus” de ser banhada pelo Oceano Atlântico.
Até os anos 1990, Atlantic City era um dos destinos mais procurados pelos turistas, mas houve um forte declínio neste século, especialmente pela falta de diversidade de lazer além das apostas.
O Flamengo ficará no Sheraton Convention Center Hotel, cujas diárias hoje estão na casa de R$ 1 mil, bem distante do resort escolhido pelo rival alvinegro aos pés do Pacífico.
Tal qual Santa Barbara, Atlantic City também não está “respirando” os ares do Mundial de Clubes.
“Eu não sabia que ia acontecer a Copa do Mundo de clubes aqui, só no ano que vem. Não conheço muitos clubes, só o Real Madrid. Não conheço o Flamengos. Mas é empolgante ver uma competição como essa nos Estados Unidos”, disse Michael, morador da cidade.
Dave, outro local, foi sincero: “Não sabia que vai acontecer o Mundial de Clubes. Não acompanho muito o futebol. Meu neto joga futebol, mas eu não acompanho. O futebol está crescendo em Atlantic City”.
Em 2017, foi fundado o Atlantic City FC, que atualmente joga na The League for Clubs, uma liga iniciada exatamente neste ano com 51 clubes espalhados pelos EUA.
Bem longe dos holofotes da MLS.
Assim, com um oceano de diferença, Botafogo e Flamengo se preparam para o Mundial de Clubes. A ver se o clima escolhido por cada rival será preponderante na disputa do torneio.